As vendas de ativos de empresas envolvidas na Lava Jato, que eram esperadas pelo mercado em 2016 e não aconteceram, devem ser feitas em 2017, segundo advogados especializados em aquisições.
No começo, havia a expectativa de que os grupos iriam se desfazer de algumas de suas empresas para fazer caixa. “Foi um início com visão otimista, mas tivemos frustrações”, diz Fernando Alves Meira, da Pinheiro Neto.
Com a investigação em curso, os advogados afirmam ter dificuldades para passar segurança aos investidores.
“Nós aconselhamos negociações de vários projetos de transações de compra ou venda de empresas da Lava Jato. Nada foi adiante porque não conseguimos dar o conforto que o comprador precisava.”
A lei anticorrupção estabelece que quem se beneficiou de um malfeito responde por ele —ou seja, se uma empresa de uma holding pagou propina, é ela, e não a controladora, que será penalizada.
No caso da Odebrecht, um dos advogados da companhia diz que o mercado espera a delação dos executivos da empreiteira se tornar pública para entender a relação direta dos ativos com as propinas pagas aos políticos.
O raciocínio dos advogados é que os executivos vão delatar, mas sem relacionar uma propina a um ativo, como um aeroporto ou uma estrada, segundo um defensor que representa a companhia.
Dessa forma, as penalidades serão aplicadas à holding, que não tem concessões.
Se essa “blindagem” for feita, o ritmo de vendas de ativos deverá se acelerar no primeiro semestre de 2017, preveem os advogados. MERCADO ABERTO Autor: MARIA CRISTINA FRIAS FOLHA DE SÃO PAULO (SP) Leia mais em cliptevnews 27/12/2016
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