Um grupo de credores da Oi apoiados pelo bilionário egípcio Naguib Sawiris revelou nesta sexta-feira proposta alternativa para a recuperação judicial do grupo de telecomunicações, que prevê 37 bilhões de reais em investimentos nos próximos cinco anos em troca de uma participação de 95 por cento na companhia.
O grupo de credores representados pela Moelis & Co. e Sawiris entregaram a proposta para a Oi mais cedo nesta sexta-feira. Sob os termos, o grupo vai levantar 1,25 bilhão de dólares em capital novo para a Oi, assumindo imediatamente o controle da companhia brasileira.
A proposta estabelece que Sawiris se compromete a subscrever 250 milhões de dólares em novas ações da Oi a serem emitidas em uma oferta pública, enquanto o grupo de credores se compromete com 750 milhões. O plano prevê que os credores vão assumir controle da Oi em uma operação de troca de dívida por ações na qual 24,82 bilhões de reais em dívida será trocada por 95 por cento do patrimônio líquido da Oi.
A dívida restante da companhia será trocada por 5,8 bilhões de reais em novos títulos.
A oferta tem potencial de retomar uma disputa entre este grupo de credores e acionistas que incluem a portuguesa Pharol SGPS SA, atualmente maior acionista da Oi. Isso por causa do alto nível de diluição que a operação de troca de dívida prevê, afirmam analistas. A Oi encaminhou o maior pedido de recuperação judicial do Brasil em junho, e o governo tem ameaçado intervir na empresa se a disputa continuar.
O plano de recuperação judicial apresentado pela Oi no começo de setembro prevê carência de sete anos para o pagamento de dívida sem garantia, com possibilidade de conversão em ações, e deságio para alguns débitos que pode chegar a até 50 por cento. [nL1N1BI00M]
"Achamos que precisamos de dois anos para organizar a empresa e cinco anos para voltar ao padrão de crescimento normal. Nos últimos seis anos a empresa teria investido 14 bilhões de reais menos que os concorrentes", afirmou a jornalistas Karim Nasr, representante de Sawiris nas negociações.
Segundo Nasr, Sawiris não tem planos sobre venda de ativos essenciais da Oi, apenas venda de terrenos, prédios e imóveis e fibras ópticas não utilizadas.
O bilionário egípcio deve ficar com 10 por cento do capital da Oi se o plano alternativo for aceito, disse Nasr.
"Nosso foco nesse setor de comunicações é em internet rápida, telefonia móvel (...) A empresa tem grande potencial e a companhia precisa de significativos investimentos novos. O Brasil é um mercado interessante e tem grandes perspectivas", disse Nasr.
Já o advogado Giuliano Colombo, do escritório Pinheiro Neto, que assessora os credores, afirmou que o plano prevê ainda uma reformulação na governança da Oi.
O conselho de nove membros passaria a contar com quatro integrantes independentes, enquanto das cinco cadeiras restantes duas seriam de Sawiris e três dos detentores de bônus.
A proposta apresentada nesta sexta-feira também prevê que acionistas, incluindo os detentores de bônus, poderão subscrever até 50 por cento das novas ações a serem emitidas na oferta pública e os investidores de varejo poderão participar no limite de 10 por cento.Por Rodrigo Viga Gaier (Reuters) Leia mais em yahoo 16/12/2106-
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