Após fechar uma série de aquisições no Brasil nos últimos três anos, a elétrica chinesa Three Gorges pretende dedicar os próximos meses à consolidação dos ativos comprados, disse à Reuters nesta quarta-feira o diretor financeiro da companhia no país, João Meirelles.
O executivo afirmou, no entanto, que o grupo tem interesse em investir em energia solar e poderá realizar algum negócio nesse segmento no médio prazo.
"Acho que o setor solar no Brasil começa a ficar mais estável a partir do ano que vem", disse Meirelles, nos bastidores de um evento sobre investimentos chineses em infraestrutura no Brasil.
O executivo comentou também que os ativos no Brasil seguem baratos na visão da Three Gorges, o que eventualmente poderia pressionar a companhia a analisar mais aquisições.
No momento, no entanto, essa não é a prioridade da companhia, que estabeleceu sua operação local em 2013 e em outubro deste ano tornou-se vice-líder do mercado brasileiro de geração após comprar ativos da Duke Energy.
Com o negócio, a capacidade instalada da Three Gorges no Brasil fica atrás apenas das empresas do grupo estatal Eletrobras.
"Acho que a gente precisa agora digerir um pouco o peixe, que ele é grande... tem que dar uma consolidada", disse Meirelles.
Ao comentar a trajetória da companhia no Brasil, o executivo revelou que o crescimento da elétrica aconteceu em uma velocidade maior que a prevista inicialmente devido às oportunidades oferecidas pelo mercado em um momento de retração da economia brasileira.
"Com o momento político, os ativos começaram a ficar atrativos. Não era intenção da companhia só comprar, era ir entrando em obras, mas foi uma oportunidade", disse.
O ritmo das aquisições locais acabou por levar a unidade brasileira a se tornar em pouco tempo a maior operação da Three Gorges em energia limpa fora da China.
"A China demonstrou claramente que é um agente investidor de longo prazo", afirmou o diretor.
Além da Duke Energy, a Three Gorges já havia fechado anteriormente e compra de usinas da Cesp e da Triunfo, além de participações em hidrelétricas e parques eólicos do grupo português EDP no Brasil. Por Luciano Costa (Reuters) - Leia mais em Yahoo 23/11/2016
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