14 novembro 2016

Reserva, do Rio, vai lançar marca mais barata

A varejista carioca de moda Reserva, que cresceu nos últimos dez anos ancorada em produtos premium, vai lançar uma marca de baixo custo no próximo ano e planeja fazer aquisições de empresas de médio porte, com as quais já está conversando.

O fundador e CEO do grupo, Rony Meisler, diz que a nova marca, batizada de Ahlma, será "mais voltada ao básico", e destinada a mulheres e homens. O plano é ter lojas próprias com essa bandeira.

As peças da nova marca não serão vendidas em lojas multimarcas. "O multimarca compra da gente e ele tem que vender para o cliente final dele", diz Meisler. Este canal continua sendo importante para a grife masculina Reserva, principal marca do grupo, presente em 1.400 lojas que vendem roupas de grifes diversas. Uma peça da Reserva custa em média R$ 200.

"A Reserva conseguiu se posicionar como uma marca premium com muito serviço. A Ahlma vai ser uma marca de grande varejo com muito serviço. A gente vai ter muito mais volume", afirmou. A Ahlma está sendo desenvolvida na Malha, empresa localizada no Rio, voltada a desenvolver negócios de moda.

Além da nova marca, a Reserva quer ser consolidadora no mercado, e mira empresas de médio porte. "A gente não vai ser um sócio financeiro que vai por dinheiro lá e ficar cobrando resultado. A gente vai operar o negócio junto", afirmou Meisler. Por ora, o grupo ainda está no campo das conversas com diversas marcas. Não há a intenção de ir ao mercado de capitais ou unir-se a um grande grupo de varejo.

A chegada da gestora Dynamo como sócia em 2015, quando comprou uma fatia de 23% do grupo, visa avançar neste objetivo. Além da gestora e outros quatro sócios operacionais - Meisler, Fernando Sigal, Jayme Nigri, e José Alberto Silva -, o apresentador de TV Luciano Huck tem 10% do grupo.

Enquanto isso, a crise parece não ter batido à porta da Reserva - as vendas mesmas lojas (abertas há mais de um ano) cresceram 26% entre janeiro e setembro. Um ano antes, o avanço foi de 16%. A empresa conta com 49 lojas próprias e 6 unidades franqueadas.

No Brasil, as vendas no varejo recuaram 6,6% nos oito primeiros meses do ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Meisler atribui o resultado a fatores como a alta do dólar, que limitou as viagens ao exterior, além do fato da crise ter atingido menos os consumidores das classes A e B. "Acho também que a Reserva está numa curva de crescimento em relação às concorrentes porque tem menos tempo de vida", disse. Em 12 meses até setembro, o faturamento da Reserva é de R$ 350 milhões. O faturamento da empresa saltou de R$ 40 milhões em 2010 para R$ 250 milhões em 2015.

Com o varejo em baixa, a Reserva aproveita as melhores condições de negociações com os shoppings para expandir sua rede ou migrar para pontos de venda maiores. Em 2016 vai abrir um total de 16 novas lojas da rede masculina - e mais 15 a 20 em 2017. Já a marca infantil, Reserva Mini, vai passar de 6 para 14 pontos até dezembro. A expansão da Eva, marca voltada para o público feminino, está prevista para o ano que vem. Criada há pouco mais de dois anos, ainda tem tratamento de startup, com três lojas no Rio.

Nos centros comerciais onde já está instalada, como Shopping Leblon e Fashion Mall, no Rio, e Shopping Iguatemi, em São Paulo, a Reserva está migrando para lojas maiores, de 200 metros quadrados. A mudança não significa, no entanto, uma maior exposição de produtos. Os novos pontos chegam com barbearias, cafés e até espaços de co-working, operados por parceiros, em uma aposta de que a experiência do produto e das lojas é que vai prevalecer no futuro próximo. Também estão sendo instalados ipads nas lojas para que o consumidor veja as peças e encomende pela internet.

"Vai chegar um momento em que você vai chegar numa loja e o estoque não vai estar lá", prevê Meisler. "O consumidor vai na loja, vai viver a experiência da marca, vai experimentar o produto, e em três horas o produto vai estar na casa dele", afirmou. Ele prepara a empresa para ter os estoques guardados em centros de distribuição e não mais nas lojas. No Rio, diz, o cliente que compra pela web já representa quase 25% da receita. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 14/11/2016

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