A estatal mineira Cemig, controladora da elétrica Light , vai comprar uma fatia detida pelo banco BTG Pactual na empresa e buscará ainda novos sócios para a concessionária, que é responsável pela distribuição de energia em parte do Rio de Janeiro e possui ativos em geração.
O diretor de relações com investidores da Cemig, Fabiano Maia Pereira, disse em teleconferência com investidores nesta quarta-feira que o BTG decidiu exercer imediatamente uma opção de venda de sua parcela na Light, enquanto os demais sócios financeiros da empresa --Banco do Brasil, BV Financeira e Santander-- têm até o final de 2017 para exercer suas opções.
Esses agentes financeiros entraram como sócios na Light por meio de um fundo de investimentos, o FIP Parati, mas com uma opção que obriga a Cemig a encontrar novos sócios ou comprar suas participações caso queiram sair do negócio.
"A parte do BTG já estava no caixa e a gente está fazendo... nós nos organizamos para isso", disse Pereira, sem detalhar valores.
De acordo com informações do balanço da Cemig, a companhia teria até 30 de novembro para comprar a fatia do BTG ou encontrar um comprador.
Segundo ele, a Cemig está se preparando para tentar resolver a saída dos demais sócios antes do prazo limite.
"A intenção é que a gente faça o mais rápido possível, não use todo o prazo de até final do ano que vem", afirmou Maia, sem dar previsões.
Ele disse ainda que a Cemig pretende antecipar parte dos pagamentos que seriam devidos aos sócios restantes no caso de saída, o que poderia envolver cerca de um terço do valor necessário caso a companhia fosse recomprar essas participações.
Segundo Pereira, a ideia da Cemig é realizar uma reorganização societária da Light, com a saída desses agentes, mas sem deixar o controle da companhia.
A Equatorial chegou a afirmar que teria interesse na aquisição da Light, mas somente se pudesse exercer o controle da elétrica, uma possibilidade que a Cemig voltou a negar nesta quarta-feira.
"A Light é o veículo privado de crescimento em distribuição da companhia. No nosso planejamento, permaneceremos lá. O BTG está saindo agora e os demais sócios manifestaram interesse de sair até final do ano que vem, e aí faremos uma restruturação", explicou.
2017 melhor
O diretor de Relações com Investidores da Cemig ainda disse que a empresa prevê obter ganhos em 2017 devido a uma expectativa de redução gradual da taxa de juros de referência do Brasil, a Selic, e a um programa de demissões voluntárias que obteve neste ano 648 adesões.
Pereira estimou que cada ponto percentual de queda da Selic renderia cerca de 90 milhões de reais em lucro antes de impostos à empresa, devido à redução das despesas financeiras, enquanto as demissões programadas devem gerar um custo evitado de 200 milhões de reais em 2017. (Por Luciano Costa; edição de Roberto Samora) Reuters Leia mais em bol.uol 16/11/2016
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