Com cerca de 900 matriculados, o colégio de Joinville foi criado em 2001 por seis ex-professores da Positivo e já usava o sistema de ensino do grupo curitibano. "Já estava no nosso radar crescer via aquisições e surgiu a oportunidade de comprar o Posiville, que conhecemos bem", diz Lucas Guimarães, vice-presidente da Positivo Educação. O valor da transação não foi revelado.
Segundo Guimarães, a meta é acrescentar 30 mil alunos nos próximos três anos por meio de aquisições de escolas, principalmente no sul do país. Esse volume representa mais que dobrar o número atual de alunos. Nos colégios, são 7,2 mil matriculados e no curso pré-vestibular há mais 5,4 mil estudantes. "Decidimos expandir comprando ativos porque é mais fácil adquirir marcas fortes em suas praças do que começar do zero com a nossa bandeira. Além disso, já temos uma participação de mercado relevante em Curitiba e precisamos ir para outras praças", explica o vice-presidente.
O executivo pontua, no entanto, que apesar de haver muitos colégios com problemas financeiros disponíveis para aquisição, a expansão não é tão simples porque existem as escolas que compram o sistema de ensino da Positivo e a ideia é evitar a canibalização. Na rede privada, 562 mil alunos usam as apostilas da Positivo e na rede pública de ensino, 331 mil. Os sistemas de ensino e a editora representam 44% do faturamento, e os colégios próprios respondem por uma fatia de 10%. Os dados incluem a área educacional, a gráfica e a editora, mas não o negócio de informática.
No ano passado, a Positivo registrou uma receita líquida de R$ 920 milhões, patamar semelhante ao de 2014. No entanto, o lucro líquido caiu quase 34%, para R$ 48,5 milhões. Os dados não incluem a área de informática.
"Passamos por um forte ajuste no ano passado. Interrompemos o programa de livros didáticos do governo. Estamos apenas fazendo as reposições das obras entregues nos anos anteriores", explicou Guimarães. No primeiro semestre de 2016, a receita líquida está em R$ 481 milhões e o lucro, em R$ 71 milhões. "Nosso resultado semestral em relação a igual período de 2015 é melhor porque o ano passado foi muito ruim."
O anúncio da expansão da Positivo acontece após um período de negociações de venda do braço de educação do grupo. Em 2013, vários fundos de private equity analisaram o ativo, que na época era avaliado entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões, segundo fontes. "A empresa tem seis sócios, sendo que alguns deles desejam vender um percentual ou toda sua fatia. Mas não se chegou a um consenso na época. Foi feita uma reflexão e combinado que seria dado um tempo, que pode ser cinco anos, para expansão e investimento", explicou o vice-presidente da Positivo. Segundo Guimarães, não está descartada a venda do negócio daqui cinco anos.
O grupo também é dono da Universidade Positivo, cuja marca é bastante reconhecida no Paraná e seu faturamento representa 27% dos negócios educacionais. Por Beth Koike - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 27/09/2016
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