08 setembro 2016

Liberty Media compra a Fórmula 1 e inicia nova era na categoria

O grupo Liberty Media, do magnata americano John Malone, vai assumir o controle da Fórmula 1 depois de fechar a compra da competição por 4,4 bilhões de dólares, encerrando vários anos de incerteza sobre o futuro da gestão da principal categoria do automobilismo mundial.

Chase Carey, ex-braço direito de Rupert Murdoch na 21st Century Fox, assumirá a presidência da empresa. Bernie Ecclestone, considerado o criador da Fórmula 1 moderna, continuará como o diretor geral, segundo os termos do acordo anunciado na quarta-feira.

Em um primeiro momento, a Liberty Media comprará uma participação de 18,7% por 761 milhões de dólares, que será progressivamente elevada a 100% graças à compra da totalidade da holding Delta Topco, por meio da qual o fundo de investimentos CVC Partners controlava até agora a Fórmula 1.

No total, a Liberty Media desembolsará 4,4 bilhões de dólares. O valor da Fórmula 1 foi calculado durante a negociação em 8 bilhões de dólares, incluindo a dívida.

O grupo terá, no entanto, que obter o aval da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e das autoridades de concorrência, no momento em que a Comissão Europeia investiga os métodos de gestão da Fórmula 1.

A operação encerra vários anos de especulações sobre a gestão do Mundial de Fórmula 1, administrado com mão de ferro por Bernie Ecclestone.

Ecclestone, de 85 anos, conseguiu permanecer no comando da empresa e comemorou na quarta-feira "a chegada da Liberty Media e de Chase Carey à Fórmula 1".

"Sou um grande fã da Fórmula 1, que é uma franquia esportiva única que atrai centenas de milhões de fãs no mundo a cada temporada. Vejo oportunidades importantes para ajudar a Fórmula 1 a continuar seu desenvolvimento pelo bem do esporte, dos torcedores, das equipes e dos investidores", afirmou Carey, de acordo com um comunicado.

A operação permite também a John Malone acrescentar a seu portfólio um dos esportes mais assistidos do mundo, com 400 milhões de telespectadores em média a cada corrida.

Malone já está envolvido no mundo esportivo, como proprietário do time de beisebol Atlanta Braves e com uma participação na Fórmula E, que organiza uma competição com carros elétricos.

- Operação complicada -A montagem da operação é bastante complicada e deve terminar com o controle efetivo da Fórmula 1 pelo Liberty Media ao final do primeiro trimestre de 2017. O capital será dividido então entre Liberty Media e alguns dos atuais acionistas que estarão representados no conselho de administração.

Ecclestone administra a Fórmula 1 desde meados dos anos 1980 e a transformou em uma mina de ouro para seus promotores.

O Mundial de F1 tem atualmente 21 corridas em todo o planeta e tanto os organizadores como os meios de comunicação pagam quantias astronômicas para ter o direito de organizar e transmitir as provas.

As escuderias da categoria, 11 atualmente, recebem parte da arrecadação, segundo um acordo que tem vigência até 2020. Entre elas há nomes de prestígio como Ferrari, McLaren, Mercedes ou Renault, assim como marcas importantes como a Red Bull.

Além da competição nas pistas, o relacionamento é complexo no momento de distribuir os ganhos. O modelo atual dá vantagens às grandes escuderias.

Mas a estrutura posterior à operação permitirá que se transformem em acionistas, com a aquisição de ações que devem ser cotadas na Bolsa, informou a Liberty Media. As modalidades exatas da participação ainda devem ser definidas.

A entrada de capital americano pode abrir a porta para o avanço da Fórmula 1 nos Estados Unidos, onde a categoria jamais conseguiu impor seu nome ante outras categorias, como a Nascar ou a Fórmula Indy. AFP Leia mais em bol.uol 08/09/2016


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