Saúde: grupo São Francisco, de Ribeirão Preto, é dono de planos de saúde e odontologia
O fundo Gávea, comandado pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, comprou uma participação minoritária - de cerca de 30%, de acordo com fontes de mercado - no grupo de saúde São Francisco, que tem sede em Ribeirão Preto (SP) e faturamento anual de aproximadamente R$ 1 bilhão. Procurado, o fundo não comentou a operação nem o valor pago pelo ativo.
Segundo fontes de mercado, a atratividade do São Francisco não reside apenas a sua estrutura física, mas na operação descrita no setor de saúde como "verticalizada", já que a empresa também é proprietária de planos de saúde e de odontologia.
Nos últimos anos, a companhia sediada no interior paulista fez aquisições de empresas pelo País, ampliando sua atuação para outros polos do agronegócio, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
O Grupo São Francisco completará neste mês 71 anos de atuação, pois foi fundado no dia 8 de setembro de 1945.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Mônica Scaramuzzo e Fernando Scheller, do Estadão Leia mais em exame 02/09/2016
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Gávea compra fatia de 29% do Grupo São Francisco
A gestora de private equity Gávea adquiriu uma fatia de 29% do Grupo São Francisco - empresa de saúde do interior de São Paulo que deve fechar o ano com uma receita líquida de R$ 1,1 bilhão. O grupo tem vários negócios no setor, como planos médico e odontológico com 850 mil usuários; uma rede própria formada por 50 clínicas, dois hospitais e mais de 10 laboratórios; além de uma empresa de resgate com 110 ambulâncias, que atendem em rodovias e aeroportos privatizados.
O aporte, cujo valor não foi revelado, será destinado à ampliação da rede verticalizada e também à entrada em novas cidades do interior do país. Hoje, a São Francisco atua no interior de São Paulo e Centro-Oeste, regiões com crescimento acima da média nacional por causa do agronegócio. "Nossa meta é atingir 2 milhões de usuários nos próximos cinco anos", diz Lício Cintra, presidente do Grupo São Francisco.
O que despertou o interesse da Gávea na São Francisco foi uma combinação de fatores, que compensam os riscos iminentes aos negócios de plano de saúde. "Nós gostamos muito do setor de saúde. Acreditamos que a empresa tem muitas oportunidades de crescimento devido ao preço dos seus convênios médicos que são bem competitivos, atuação em praças especificas e uma rede verticalizada", explica Marcos Pinto, sócio da Gávea, que negociou com a São Francisco durante seis meses. Esse é o segundo ativo na área de saúde no qual a gestora investe - o primeiro foi o laboratório mineiro Hermes Pardini, com uma participação semelhante, de 30%.
Questionado se a gestora pretende ampliar sua fatia na São Francisco, o sócio da Gávea disse que planeja manter esse percentual, mas se for preciso pode vir a fazer outra injeção de capital e que a aquisição de uma outra operadora não está descartada. Segundo o presidente da São Francisco, os controladores da empresa não estão fechados a novas transações.
Fundada pelas famílias Musa e Pessoa em 1945 como um hospital em Ribeirão Preto (SP), a São Francisco deslanchou após a criação da operadora de planos de saúde em 1998. A empresa cresceu na esteira do boom do setor sucroalcooleiro, que tinha o interior de São Paulo como um dos principais polos. No entanto, com a quebradeira por qual atravessou esse setor a partir de 2010, a São Francisco precisou mudar sua estratégia e passou a atender outros setores como, por exemplo, empresas ligadas ao agronegócio do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
Apesar de ter mudado as praças e setores, a empresa manteve uma de suas estratégias que fez sucesso na época das usinas e ajuda elevar as margens de rentabilidade. A São Francisco monta clínicas médicas em cidades onde estão seus principais clientes. O atendimento médico inicial é feito nesses consultórios próprios. "Conseguimos ter maior controle dos sinistros, dos procedimentos médicos. Encaminhamos os casos para os nossos hospitais próprios ou hospitais que temos parcerias", explica Cintra.
Hoje, a São Francisco tem dois hospitais próprios e parte dos recursos do aporte da Gávea será destinado à construção de cinco novos hospitais, sendo dois em São Paulo e três no Centro-Oeste. A ideia é direcionar os procedimentos de alta complexidade para essas unidades. Dentro dessa estratégia, a empresa vai investir também em centros oncológicos e laboratórios de imagem próprios, cujo custo é elevado. O controle dos pacientes é feito por meio de uma plataforma tecnológica robusta que também receberá novos investimentos nos próximos anos.
Com a rede própria, a São Francisco consegue controlar seus custos e ter uma boa rentabilidade. Neste primeiro semestre, por exemplo, a receita líquida do grupo cresceu 47%, enquanto, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) aumentou 93%. Autor: Beth Koike Fonte: Valor Econômico Leia mais em tudofarma 02/09/2016
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