A EMC já é, oficialmente, uma empresa controlada pela Dell. A conclusão da aquisição foi anunciada nesta quarta-feira, 7, nos EUA, pelo valor de US$ 60 bilhões, a maior transação até agora na história da indústria de tecnologia da informação. Com isso, a Dell e a EMC, que fabrica software e equipamentos para armazenamento de dados, adotam a nova razão social da empresa, denominda Dell Technologies, que terá receita combinada de aproximadamente US$ 74 bilhões e irá operar como uma one-stop shop de TI — onde o cliente pode obter tudo o que precisa —, com um portfólio de produtos e serviços complementares que inclui computadores pessoais, servidores, sistemas de armazenamento e equipamentos de rede.
O negócio, anunciado 12 de outubro do ano passado, levou cerca de 11 meses para ser concluído. A Dell e o seu parceiro no negócio, o fundo de investimento Silver Lake, levantaram mais de US$ 40 bilhões em financiamento no mercado para viabilizar o negócio. A fabricante de PCs e servidores também fechou acordos de mais de US$ 5 bilhões para vender seu negócio de serviços de TI e a divisão de software.
A operação foi extremamente complexa, já que a Dell é uma empresa de capital fechado, enquanto a EMC é uma companhia com ações em bolsa e agrega outras empresas que fazem parte da sua "estratégia de federação", que inclui a VMware, Pivotal, VCE, RSA e a Virtustream, subsidiárias integrais ou nas quais a EMC tem participação. A VMware, por exemplo, é uma empresa de capital aberto e continuará com suas ações negociadas em bolsa. Conforme o acordo, os atuais acionistas da EMC terão uma parcela de ações comuns da VMware. Consequentemente, a Dell terá que divulgar balanços financeiros trimestrais.
Na terça-feira, 6, a Dell informou que sua receita no trimestre encerrado em 29 de julho aumentou de US$ 12,98 bilhões em igual período do ano passado para US$ 13,05 bilhões. No geral, Dell reduziu suas perdas de operações contínuas de US$ 264 milhões, ante prejuízo no ano anterior de US$ 292 milhões.
Em teleconferência com a imprensa internacional, Michael Dell, presidente e CEO da Dell Technologies, destacou que a fusão das duas empresas cria uma líder de mercado, com um portfólio extenso de tecnologias que resolve problemas complexos para os clientes em áreas da indústria de rápido crescimento, tais como nuvem híbrida, data center definido por software, infraestrutura convergente, plataformas como serviço, análise de dados, mobilidade e segurança cibernética. "Estamos no início da próxima revolução industrial. Nosso mundo está se tornando mais inteligente e mais conectado a cada minuto. E a Dell Technologies vai pavimentar o caminho para os nossos clientes fazerem coisas incríveis. Temos produtos, serviços, talento e escala global para ser um catalisador para a mudança e orientar os clientes, grandes e pequenos, em sua jornada digital."
A fusão das duas empresas, na realidade, é uma resposta a retração nas vendas no mercado global, tanto da Dell quanto dos principais negócios da EMC, devido principalmente à rápida migração da tecnologia para os dispositivos móveis e à demanda no mercado por hardwares de menor margem, tais como servidores e sistemas de armazenamento usados na computação em nuvem. As vendas de PCs caíram 9,8% em 2013, 10,4% em 2015 e a projeção da IDC é que recue 7,3% neste ano, totalizando US$ 161 bilhões. O mercado de servidores, sistemas de armazenamento e hardware de rede, que movimentou no total US $ 64 bilhões no ano passado, vem caindo desde 2014 e a expectativa é que recue 1,3% ao ano nos próximos quatro anos.
Combinadas, Dell e EMC poderão tirar proveito das sinergias de suas forças de vendas. A Dell, que ocupa a terceira posição no ranking mundial em vendas de PC, de acordo com a IDC, tradicionalmente, tem focado sua atuação no segmento de empresas de pequeno e de médio porte. Já a EMC, n° 1 em sistemas de armazenamento em vendas, também de acordo com a IDC, tem concentrado sua atuação em grandes empresas. por Erivelto Tadeu Leia mais em tiinside 07/09/2016
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