Os bancos chineses estão se tornando mais influentes no financiamento de fusões e aquisições internacionais.
Os bancos do país foram os principais intermediários de US$ 19,9 bilhões em empréstimos sindicalizados internacionais para fusões e aquisições neste ano, elevando sua fatia de mercado de 0,9 por cento em 2015 para 4,4 por cento, mostram dados compilados pela Bloomberg. O Bank of China foi o líder desse setor, mas os bancos de segunda linha estão participando cada vez mais dessa atividade. Em junho, o China Citic Bank International ajudou a coordenar um empréstimo de US$ 12,7 bilhões para financiar a compra da Syngenta pela China National Chemical. Em julho, o China Merchants Bank conduziu um empréstimo de US$ 3 bilhões para a privatização da Qihoo 360 Technology, que anteriormente era negociada na bolsa de Nova York, mostram dados da Bloomberg.
Seguindo a política de "saída para o exterior" do presidente Li Keqiang, a ambição das empresas chinesas nesse setor levou o volume de transações com outros países anunciado neste ano para US$ 157 bilhões, número que já supera o recorde de US$ 109 bilhões registrado no ano cheio de 2015. Como existem poucas oportunidades de investimento no país devido à expansão econômica mais fraca em 25 anos, os bancos chineses estão se concentrando mais nos empréstimos transfronteiriços.
"Antigamente apenas os bancos chineses de primeira linha atuavam na subscrição de financiamento de transações internacionais de fusões e aquisições, mas agora os bancos de segunda linha também estão disputando nesse ramo", disse Jack Chan, sócio gerente de serviços financeiros na Grande China da empresa de auditoria internacional EY. "Isso tem tudo a ver com as políticas recentes do governo, que incentivam as empresas locais a irem para o mercado internacional".
As grandes empresas chinesas têm poucas oportunidades de investimento no país neste momento, o que aumenta a demanda por fusões e aquisições internacionais, de acordo com Wei Hou, analista da Sanford C. Bernstein em Hong Kong. O financiamento desse tipo de acordo no mercado internacional dá aos bancos chineses de menor porte uma oportunidade para crescer, disse Wei.
"Os bancos chineses de segunda linha querem fortalecer seus braços de investment banking", disse Jimmy Leung, chefe de serviços financeiros na China da PricewaterhouseCoopers em Xangai.
Embora os empréstimos chineses para fusões e aquisições internacionais estejam crescendo rapidamente, os bancos do país ainda têm um longo caminho pela frente. Até mesmo o Bank of China, o mais ativo na concessão de financiamentos transfronteiriços para esse tipo de transação, continua no vigésimo lugar do ranking mundial de principais intermediários em empréstimos para fusões e aquisições, com uma fatia de 1,3 por cento do mercado internacional neste ano.
As fusões e aquisições internacionais de empresas chinesas tiveram um crescimento "explosivo" porque elas querem adquirir marcas conhecidas e tecnologias mais avançadas, disse uma porta-voz do China Citic Bank, matriz do Citic International, por e-mail. Por isso, o banco deu prioridade às atividades relacionadas a fusões e aquisições, disse ela. (Bloomberg) -- Leia mais em uol 11/08/2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário