A Unilever comprou a Dollar Shave Club, uma startup americana focada em cuidados masculinos com a aparência, por US$ 1 bilhão. O negócio, anunciado ontem, é uma tentativa da companhia anglo-holandesa de desafiar o domínio da Gilette no mercado americano.
A Dollar Shave Club expandiu sua operação de venda direta ao consumidor rapidamente desde sua fundação, em 2012. Graças, principalmente, ao marketing viral, a empresa tem hoje 3,2 milhões de clientes, com um faturamento de US$ 152 milhões.
A aquisição permitirá à Unilever competir com a Procter & Gamble, que detém 59% do mercado americano de lâminas de barbear com a marca Gillette, segundo a empresa de pesquisa Euromonitor. A participação de mercado da Dollar Shave Club foi de 5% no ano passado.
A proposta da Unilever prevaleceu sobre ofertas rivais, feitas por companhias de investimentos em participações, segundo pessoas informadas sobre o negócio.
Martin Deboo, um analista do banco de investimento Jefferies, disse que US$ 1 bilhão foi um preço alto, que representa cinco vezes as vendas projetadas de US$ 200 milhões da Dollar Shave Club em 2016. "Aquisições dessa dimensão na área de produtos de consumo nos EUA, de mais de quatro vezes o faturamento, são raras", observou ele, citando a recente aquisição da WhiteWave, empresa americana de alimentos orgânicos, pela Danone, por 3,2 vezes as vendas anuais.
Esse preço evidencia o sucesso do marketing não convencional adotado pela Dollar Shave Club para seus produtos de cuidados pessoais masculinos - que também incluem itens para os cabelos e a pele - e que são, todos, vendidos por assinatura com entrega em domicílio.
A Dollar Shave Clube envia cartuchos de barbear diretamente aos consumidores por apenas US$ 1 por mês, um modelo [de negócio] atraente para os consumidores fartos de terem de comprar aparelhos de barbear caros.
A irreverente peça publicitária da companhia no YouTube tornou-se viral após zombar do custo de se barbear usando produtos de grandes marcas. Nos comerciais, o cofundador e diretor-presidente da empresa, Michael Dubin, pergunta por que alguém gastaria US$ 20 por mês em produtos recomendados por celebridades, quando US$ 19 vão para astros como Roger Federer. "Você acha que seu aparelho de barbear precisa de uma haste vibratória, uma lanterna, um coçador para as costas e 10 lâminas? Seu avô boa pinta tinha uma só lâmina e poliomielite. Ora, pare de pagar por tecnologia de barbear de que você não precisa".
A Dollar Shave Club ainda não é lucrativa, mas Dubin disse acreditar, em uma conferência feita em maio, que a empresa estará no lucro até o fim do ano. Jornalista: Scheherazade Daneshkhu - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 21/07/2016
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