A Hoteis.com, principal marca de varejo da Expedia - segunda maior operadora de turismo do mundo - negocia novos acordos comerciais no Brasil para sustentar a rentabilidade do negócio no que é para a companhia o maior mercado na América Latina. Depois de comprar uma fatia da Decolar.com em 2015, a empresa americana com sede em Dallas conversa com empresas do setor de fidelidade.
"Temos que ser criativos e buscar formas de atrair o consumidor para nossa plataforma e, assim, gerar negócios para os nossos hotéis", disse a vice-presidente global da Hoteis.com, Neha Parikh.
A Hoteis.com é a principal marca da Expedia, grupo de 12 empresas que movimentaram US$ 60,8 bilhões em 2015, com receita líquida de US$ 6,7 bilhões e lucro de US$ 764 milhões.
No Brasil, a ideia é ampliar a base de usuários da Hoteis.com por meio de parcerias como a assinada com a Azul - que premia com descontos especiais os clientes da Hoteis.com que são também passageiros da aérea.
Neha deixou em aberto a possibilidade de buscar novo sócio local, num acordo semelhante ao assinado com a Decolar, em que a Expedia pagou US$ 270 milhões por 20% da empresa sul-americana líder na venda on-line de passagens aéreas no Brasil. "O negócio com a Decolar ajudou a aumentar nossa oferta de hotéis para os latino-americanos", disse.
A executiva afirmou que as parcerias locais servem para driblar o impacto da recessão sobre a demanda por viagens, que em 2015 provocou uma queda média de 6% nas tarifas ante 2014.
Neha projeta recuperação da demanda por viagens no país mais consistente em 2017. Até lá, diz ela, as operadoras de turismo vão seguir compensando a demanda retraída com preços mais atraentes. "Para manter a receita com preços menores é preciso atender mais pessoas", disse Neha. "A demanda do brasileiro por viagens é resiliente", disse.
A executiva ponderou que esse cenário não exclui picos de preços provocados por fatores pontuais, como os Jogos Olímpicos no Rio. "A cidade tem 58 mil leitos, mas vai receber 500 mil turistas. Não tem como os preços caírem", disse.
As operações fora dos Estados Unidos, que representam 38% das vendas do grupo, cresceram 21% ano passado. "Temos escritórios em 33 países e não podemos investir em todos eles ao mesmo tempo. Se elegemos o Brasil e estamos colocando dinheiro aqui é porque esse mercado é relevante e tem sido rentável", disse Neha, sem citar valores.
No mundo, a Expedia gastou, em 2015, US$ 3, 4 bilhões em propaganda e marketing, principal item das despesas gerais, quatro vezes mais que em tecnologia. "Mas este ano aumentamos os investimentos em tecnologia para suportar o aperfeiçoamento de nossa plataforma mobile", acrescentou a executiva.
No ano passado, a Expedia investiu US$ 830 milhões em tecnologia, para ampliar as aplicações para celulares. Segundo a empresa, a média mundial de usuários que fazem reservas de hotéis por smartphones e tablets é de 57%; no Brasil esse índice atinge 70%. Leia mais em portal.newsnet 07/07/2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário