Os investidores canadenses tiveram incursões nos mais diversos negócios no país ao longo dos últimos anos - de shoppings a incorporações imobiliárias e florestas
Alheia à turbulência econômica, que foi agravada pela crise política no país nos últimos meses, a gigante canadense Brookfield está indo às compras. Com US$ 225 bilhões de ativos globais sob sua gestão, mais da metade nos Estados Unidos, a Brookfield tem planos de se expandir no Brasil, sobretudo em infraestrutura e mercado imobiliário.
Atualmente, negocia com exclusividade a compra da NTS, divisão de gasodutos da Região Sudeste que pertence à Petrobras, e está em conversas para a compra do braço de saneamento do Grupo Odebrecht.
O apetite não para por aí: a gigante está de olho ainda em ativos de energia e empreendimentos comerciais. Nesse cenário de recessão econômica e de investigações de corrupção em curso, a Brookfield rastreia negócios que potencialmente não seriam colocados à venda.
À gestora de fundos de investimentos também foram apresentados outros ativos relevantes: a Hidrelétrica Santo Antônio e a petroquímica Braskem, que têm a Odebrecht como acionista; a BR Distribuidora, que pertence à Petrobras, além de empresas de energia em recuperação judicial, como Abengoa. “Temos interesse em alguns deles (ativos), mas não há conversas em andamento”, afirma uma fonte ligada à empresa.
O atual foco é a NTS. Em negociações exclusivas com a estatal até agosto, a Brookfield pode desembolsar cerca de US$ 5 bilhões pela empresa, segundo fontes. Já pela Odebrecht Ambiental, a canadense pode pagar algo entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões.
Em junho, a gigante do Canadá comprou 57% da concessão rodoviária Rutas de Lima, no Peru, também do Grupo Odebrecht, que ficou ainda com 25% do negócio. Procuradas pelo Estadão Conteúdo, Brookfield, Braskem, Odebrecht e Petrobras não comentam as negociações. Os ativos de empresas envolvidas na Lava Jato são os alvos mais frequentes no radar da gestora de fundos de investimento.
No início deste ano, a Brookfield encerrou as negociações com a OAS, empreiteira investigada pela operação e em recuperação judicial. A gestora tinha oferecido R$ 1,35 bilhão por 24,4% da Invepar, administradora do aeroporto de Guarulhos e que tem os fundos de pensão Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Funcef (Caixa) como sócios.
Fontes próximas à operação afirmam que desentendimentos entre a gestora e os fundos de pensão fizeram o negócio desandar. Embora seja uma gestora de recursos, a Brookfield é tratada aqui no Brasil como um investidor estratégico.
As aquisições deles são de longo prazo. Ao contrário dos fundos de private equity, que compram participação de empresas. Com US$ 17 bilhões em ativos sob gestão no Brasil, a Brookfield (ex-Brascan) é velha conhecida no país: a companhia está no mercado brasileiro desde 1899, quando começou a investir em empresas de iluminação pública, como a Light, e de transporte coletivo movido a energia.
Os investidores canadenses tiveram incursões nos mais diversos negócios no país ao longo dos últimos anos - de shoppings a incorporações imobiliárias e florestas. Leia mais em correio24horas 17/07/2016
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