A Azimut Brasil Wealth Management fechou a aquisição da BRZ Gestão de Patrimônio, o braço de grandes fortunas da BRZ Investimentos, controlada pela GP Investimentos. Segundo fato relevante divulgado pelo grupo italiano na Bolsa de Milão, a transação prevê um desembolso de cerca de € 1,1 milhão, o equivalente a R$ 4 milhões, dependente de um mecanismo de ajuste de preço atrelado a resultados futuros.
Este é o quarto negócio no ano fechado pela divisão de gestão de patrimônio da Azimut no país, que envolveu ainda a compra da Atual Partners, da Momento, pertencente a três agentes autônomos, e da carteira de um "multifamily office". No total, os portfólios adquiridos somam R$ 1,25 bilhão.
A maior carteira provém da BRZ Gestão de Patrimônio, de R$ 500 milhões.
A subsidiária de gestão de fortunas da BRZ era uma área relativamente nova criada pela GP, que no começo do ano passado trouxe parte do time do Royal Bank of Canada (RBC) para montar a operação e com esse grupo trouxe as fortunas de clientes da antiga casa.
Fundada em 1989, a Azimut SpA é a maior gestora independente da Itália, com o equivalente a R$ 150 bilhões sob seu guarda-chuva. Fez sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) em 2004, pulverizando o capital na bolsa de Milão, mas o sócio-fundador, Pietro Giuliani, ainda está à frente do negócio.
A instituição tem presença em 15 países e, no Brasil, a estratégia de crescer por meio de aquisições tem sido recorrente. Na área de gestão de recursos, a holding Azimut Brasil já tinha comprado a Legan, em 2013, e a Quest, no ano passado. Em 2015, trouxe a FuturaInvest, uma estrutura de DTVM para o grupo. No conjunto, os ativos sob gestão no país somam hoje R$ 6 bilhões.
A intenção, segundo contou ao Valor Antônio Costa, executivo-chefe da divisão de gestão de patrimônio da Azimut, é seguir em busca de oportunidades não só em São Paulo, mas também no interior e em outras capitais como Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
"A mensagem é que há um comprometimento grande do grupo Azimut com o Brasil", diz Costa. "Mesmo que 2015 tenha sido difícil para a indústria, com bancos demitindo, estrangeiros saindo do país, nós vimos uma ótima oportunidade para estar na contramão do mercado." O plano, diz, é ser uma referência no mercado brasileiro de gestão de recursos de patrimônio até 2020, colocando a placa internacional nas estruturas adquiridas.
O ambiente mais adverso não foi o gatilho para a estratégia de consolidação, assegura, mas tendo o euro como referência, a desvalorização cambial tornou o custo de oportunidade mais baixo para também investir na reestruturação do negócio. Mas garimpar oportunidades no mercado brasileiro não é só uma questão de preço, diz Costa.
"Não jogamos a rede de pesca no mar, a análise é bastante importante do mercado, de forma restrita e tentando localizar estruturas que façam sentido, ajustadas a preço, há algumas [transações potenciais] que são proibitivas." Para chegar à seleção, o critério é ter várias operações no radar e concretizar aquelas que tenham complementariedade e tenham preços adequados.
Com passagens por Garantia, Credit Suisse, JGP e Merrill Lynch, Costa ingressou na Azimut em outubro, para estruturar a divisão de grandes fortunas do grupo italiano no país, com investidores com mais de R$ 1 milhão para aplicar. Hoje o braço está instalado numa laje de 1 mil metros quadrados na Rua Leopoldo Couto de Magalhães Jr., no Itaim, região que abriga as principais empresas de serviços financeiros na capital paulista. No mesmo prédio estão as re-batizadas AZ Quest e AZ Legan, bem como o Azimut Brasil.
As conversações com a BRZ Gestão de Patrimônio começaram há cerca de dois meses e, conforme destaca Costa, em nenhum momento envolveram a BRZ Investimentos, que prossegue com as atividades de bolsa, crédito e "private equity". A assinatura do contrato foi feita quinta-feira à noite.
Procurada, a BRZ não se manifestou sobre a transação. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 28/07/2016
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