A Vale pode arrecadar cerca de US$ 13 bilhões com a venda de ativos nos próximos anos, estimou a corretora Itaú BBA. O desinvestimento nas áreas de carvão, fertilizantes, minério de ferro, navegação e energia, associado a uma maior geração de caixa resultante de preços melhores para o minério de ferro, tende a ajudar a Vale a reduzir o seu grau de alavancagem a partir de 2017, analisou a corretora em relatório. Nesse cenário, abre-se a possibilidade de pagamento de maiores dividendos aos acionistas no futuro.
O relatório da Itaú BBA, assinado pelos analistas Marcos Assumpção, Daniel Sasson e Carlos Schmidt, prevê que a mineradora poderia vender parcela de sua produção futura de minério de ferro a um parceiro estratégico ou financeiro disposto a aceitar algum risco de capital. O relatório considera que a venda de fatia no negócio de minério de ferro pode resultar em receita de US$ 6 bilhões para a mineradora. Em 2015, a Vale vendeu parte da MBR para um fundo do Bradesco por US$ 1 bilhão.
Agora uma transação de maior porte na área de minério de ferro permitiria à Vale reduzir o seu risco caso um cenário de preços mais fracos para a commodity se materialize, avaliou a Itaú BBA. Na operação, a Vale poderia ter a opção de comprar a fatia de volta caso as condições de mercado mudem.
A transação seria fundamental para a Vale reduzir sua alavancagem, afirmou o relatório. Além dessa operação, a Itaú BBA considera que a mineradora poderá arrecadar US$ 2 bilhões na venda da área de fertilizantes. A Vale poderia fazer a venda da operação inteira de fertilizantes para um parceiro estratégico em transação similar à que fez com a Norsk Hydro, envolvendo o alumínio, e com a VLI, que reúne ativos de logística, ambas realizadas em 2013. A Vale manteria posição acionária na nova empresa a ser criada com a venda do negócio de fertilizantes.
Outras operações consideradas pela corretora incluem a venda de fatia no negócio de carvão em Moçambique, em fase adiantada e que pode resultar em US$ 3 bilhões para a Vale, a venda de navios mineraleiros e a parte da Vale na Aliança Energia, uma sociedade da mineradora com a Cemig. A Vale já havia divulgado ao mercado uma previsão de venda potencial de ativos prioritários e não prioritários da ordem de US$ 15 bilhões entre 2016 e 2017.
No relatório, o banco elevou em 21% e 5% em 2016 e 2017, respectivamente, as projeções para o lucro da Vale antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida). O Ebitda projetado para este ano é de US$ 7,68 bilhões, segundo a corretora. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 28/06/2016
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