03 junho 2016

RCB: Venda de carteiras de créditos duvidosos deve crescer 9%

O mercado brasileiro de carteira de créditos duvidosos de consumidores e pequenas empresas crescerá cerca de 9 por cento neste ano devido à pior recessão em um século e à venda de ativos por parte dos bancos que buscam ganhar eficiência, segundo estimativas da RCB Investimentos, uma das empresas que mais investem nesse tipo de título.

Os bancos devem se desfazer de créditos em atraso com valor de face de cerca de R$ 25 bilhões neste ano, acima dos R$ 23 bilhões de 2015, disse Alexandre Nobre, sócio da RBC, segunda maior empresa de administração desse tipo do país. A estimativa não leva em consideração os planos do Banco do Brasil e do Bradesco, que não vendem esse tipo de carteira no mercado, disse ele.

"Todos os bancos vêm caminhando para isso, vender suas carteiras de créditos em atraso", disse Nobre em entrevista em São Paulo. "Essa é uma estimativa conservadora".

Com a economia que avança para o segundo ano consecutivo de contração, o aumento do desemprego levou muitos consumidores à inadimplência. No primeiro trimestre deste ano, Bradesco, Banco do Brasil e Itaú Unibanco encerraram o período com lucros abaixo das estimativas depois de aumentarem provisões com créditos duvidosos. A Caixa Econômica Federal reduziu as provisões após vender carteiras no valor de R$ 2,6 bilhões em créditos duvidosos no primeiro trimestre, incluindo R$ 1,27 bilhão negociado com a RCB.

O Banco Santander Brasil, uma unidade do maior banco da Espanha, está negociando a venda de uma carteira do mesmo tipo, com valor de R$ 1,77 bilhão, disseram duas pessoas informadas sobre o assunto na semana passada. Um representante do Santander disse que a empresa prefere não comentar sobre as negociações de vendas.

Os bancos, sob pressão para aumentar a eficiência, poderiam ajudar a ampliar esse mercado para R$ 60 bilhões ao ano se eles vendessem pelo menos 30 por cento de suas carteiras em atraso, disse Nobre.

Em outro sinal de que os maiores bancos do Brasil estão tentando liquidar suas carteiras de créditos duvidosos, o Itaú fechou acordo para compra da participação do Grupo BTG Pactual na Recovery do Brasil Consultoria por R$ 640 milhões em dezembro. Em fevereiro, o banco disse em fevereiro que planeja intensificar a venda desse tipo de ativo da sua carteira para a empresa, que é a maior gestora de créditos em atrasos da América Latina. Francisco Marcelino e Paula Sambo (Bloomberg) -- Leia mais em Uol 03/06/2016

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