O valor envolvido em operações de fusão e aquisição no varejo global em 2015 foi o maior desde 2008, mas o Brasil teve posição irrelevante nesse avanço. Foram US$ 365 bilhões em transações no mundo no ano passado, um crescimento de 26% sobre o ano anterior, mas houve queda de 10% na quantidade de operações, segundo levantamento mundial da A.T. Kearney.
"Em 2015, foram poucos negócios no Brasil e isso não deve mudar em 2016. O mercado de fusões e aquisições no varejo no país deve se estabilizar num baixo patamar", disse o diretor da A.T.Kearney, Omar Caraballo. A América do Sul foi responsável por 3% do total de operações, mesma taxa do ano anterior - o Brasil responde por mais da metade das transações. A Europa passou de 22% para 23% e os Estados Unidos, de 16% para 17%.
Não há um aumento no peso da região dentro do total, mesmo com ativos "em liquidação", reflexo da perda de valor do real, pois o barateamento de negócios não é o bastante para levar a um avanço em negociações. Isso ocorre especialmente por conta da recessão, que afeta planos de retorno sobre capital empregado, diz Caraballo.
O levantamento informa queda nos múltiplos negociados nas transações na América do Sul, onde o destaque é o Brasil. Não há dados sobre o tamanho dessa queda.
Segundo o diretor da consultoria, o Brasil, que representa o maior volume e número de operações na América do Sul, tem potencial para consolidação em vários segmentos (como farmácias, construção civil e moda), mas investidores estão olhando outros mercados que se tornaram mais interessantes por causa da retomada econômica, como os EUA.
"Há um interesse renovado nos Estados Unidos e em outros países ocidentais e isso afeta planos para regiões como o Brasil. Há outros mercados mais atrativos e menos arriscados hoje", disse o executivo.
Foram analisadas transações de 2005 a 2015 no mundo, num total de mil operações, e pela pesquisa, 23% dos executivos acreditam que haverá um aumento de fusões e aquisições na América do Sul em 2016. Outros 32% dos entrevistados acreditam que a atividade permanecerá estável, enquanto 42% creem que haverá um declínio. É a primeira vez que a pesquisa é feita.
A A.T.Kearney destaca poucos negócios no Brasil no ranking geral de 2015, como o aumento da posição da Península Participações no Carrefour no mundo, e a entrada da General Atlantic no capital da rede Pague Menos. Valor Econômico - Leia mais em abinee 10/05/2016
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