O BTG Pactual avalia a venda da participação de 50% que detém na PetroÁfrica, associação com a Petrobras que reúne ativos no continente africano. A informação, publicada pela agência "Bloomberg", foi confirmada pelo Valor. O banco não abriu um processo formal de venda da companhia, mas tem recebido consultas, principalmente de empresas internacionais de petróleo interessadas no negócio, segundo uma fonte. Procurado, o BTG não comentou o assunto.
O banco se tornou sócio da Petrobras em junho de 2013, depois de pagar cerca de US$ 1,5 bilhão pela metade dos ativos que a estatal detém na África. A companhia possui negócios em Angola, Benin, Gabão, Namíbia, Nigéria e Tanzânia.
O interesse pelas operações ocorreu após o BTG colocar à venda todos os ativos considerados não essenciais para preservar a liquidez, em meio à crise provocada pela prisão do ex-controlador André Esteves, em novembro passado. O executivo foi solto posteriormente e voltou à instituição em abril, na condição de "sócio sênior", mas sem integrar o grupo de executivos que controla o banco.
A situação do BTG agora é considerada mais estável e não há necessidade imediata de venda da PetroÁfrica ou de outros ativos, segundo a fonte. Para fazer caixa, o banco se desfez de uma série de negócios, incluindo a empresa de recuperação de crédito Recovery, a Rede D'Or de hospitais, a Pan Seguros e a varejista Leader, além do controle do banco suíço BSI.
Embora continue avaliando eventuais propostas, não há nenhuma transação para a venda da PetroÁfrica em andamento no momento, de acordo com o executivo, que pediu para não ser identificado. Caso se concretize, a transação deve ocorrer a partir de negociações individuais, na linha do que ocorreu, por exemplo, com a participação que o banco detinha na Rede D'Or, vendida para o GIC, fundo soberano de Cingapura.
Até o momento, o negócio com a Petrobras só trouxe problemas para o banco. Na época do investimento do BTG, o barril do petróleo era negociado na casa de US$ 100. Hoje, não passa da metade desse valor. A referência para a avaliação dos ativos da PetroÁfrica, contudo, é a curva futura da commodity, que apresentou uma queda menor, segundo a fonte.
A compra da participação na PetroÁfrica também levantou suspeitas de um possível favorecimento ao BTG, informação negada pela estatal e pela instituição. Recentemente, uma investigação externa contratada pelo banco, a cargo do escritório de advocacia americano Quinn Emanuel, informou não ter detectado práticas irregulares na transação.
No fim do ano passado, o BTG fez uma baixa contábil da ordem de R$ 1 bilhão em investimentos nos setores de óleo e gás e varejo, que incluem a PetroÁfrica. Os ativos já haviam sofrido uma baixa parcial em 2014, após o fim da campanha exploratória em blocos na região sem a descoberta de petróleo.
Outra investida malograda do BTG no setor de óleo e gás foi na Sete Brasil, fornecedora de sondas para o pré-sal que entrou em recuperação judicial em abril. O banco é o maior cotista do fundo de participações (FIP) que controla a companhia, que possui dívidas da ordem de R$ 18 bilhões.- Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 30/05/2016
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