20 abril 2016

CSN recebe oferta para fusão do Sepetiba Tecon (RJ)

A TCP, controladora do Terminal de Contêineres de Paranaguá e da empresa de serviços logísticos TCP Log, propôs à CSN uma fusão com o Sepetiba Tecon, o terminal de contêineres da siderúrgica de Benjamin Steinbruch. Pelo negócio, a empresa oriunda da fusão seria controlada pela CSN e pelos acionistas da TCP. Procuradas, TCP e CSN não se manifestaram.

O Valor apurou que a participação acionária da nova empresa não agradou a siderúrgica. O modelo de fusão interessa à companhia, mas a fatia de cada um na nova empresa de operação portuária, que nasceria com um portfólio forte, precisa ser melhor calibrada para decolar.

O fundo de private equity Advent detém a maior fatia da TCP - 50%. Os outros acionistas são a operadora mundial de terminais de contêineres APM Terminals e os grupos locais Pattac Participações, Tucumann, Soifer e Nogar.

O Terminal de Contêineres de Paranaguá é um dos maiores do país dedicados ao nicho. Acabou de ter o contrato de arrendamento com o governo renovado por mais 25 anos. Em troca, investirá R$ 1,1 bilhão na extensão do cais, para 1.099 metros, podendo receber simultaneamente três grandes navios; no aumento do pátio de cargas, para 500 mil metros quadrados; e em novos equipamentos. Com isso, o terminal ampliará a capacidade anual de movimentação de 1,5 milhão de Teus (contêiner de 20 pés) para até 2,5 milhões de Teus.

Já o Sepetiba Tecon tem hoje capacidade para movimentar 650 mil Teus ao ano e espera conseguir também a renovação do arrendamento, mediante garantia de investimento para ampliar a oferta de movimentação.

Essa foi a única proposta de fusão que a CSN recebeu pelo terminal, colocado à venda em 2015. Até então, todas as ofertas foram para aquisição integral da empresa, mas recentemente a CSN reviu a estratégia e hoje está mais inclinada a se desfazer apenas de parte do negócio, atraindo um sócio. Por essa razão, os interessados adaptaram suas ofertas.

Segundo fonte a par do processo, nenhum modelo está descartado - tudo vai depender da oportunidade de cada proposta. Até agora não foi feita nenhuma vinculante. Hoje, as mais bem avaliadas são a da PSA, de Cingapura, da Terminal Link (ligada ao armador francês CMA CGM) e que está associada à gestora de ativos logísticos LOGZ, a da brasileira Multiterminais, e uma mais recente, do grupo turco Yildirim, com atuação em portos.

O Sepetiba Tecon foi avaliado entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão por uma empresa especializada contratada pela CSN, mas o mercado diz que o valor global do ativo está alto. A Santos Brasil, companhia que opera quatro terminais, sendo um de veículos e três de contêineres - um deles o maior do Brasil, o Tecon Santos - valia ontem no mercado R$ 1,7 bilhão, de acordo com dados do Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.

A venda do Sepetiba integra o esforço da CSN para baixar sua dívida líquida ajustada, que encerrou o ano passado em em R$ 26,5 bilhões. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), fechou em 8,15 vezes, o dobro de 2014. A CSN também terá de se desfazer de outros ativos. - Valor Econômico Leia mais em revistaferroviaria 20/04/2016



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