07 março 2016

RBS vende operações em Santa Catarina

Dois empresários neófitos num raro negócio na mídia
O grupo RBS, o conglomerado de mídia que domina a região Sul do País, vai anunciar nesta segunda-feira a venda de suas operações em Santa Catarina.

A informação foi antecipada pelo jornalista Felipe Vieira — um conhecido radialista gaúcho que já trabalhou na RBS e hoje está na rádio Guaíba, do grupo Record — e confirmada pela coluna nessa segunda-feira.

Os compradores são os empresários Carlos Sanchez, controlador do grupo farmacêutico EMS, e Lírio Parisotto, da Videolar, um dos maiores investidores em Bolsa no Brasil.

O CEO da RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, fará o anúncio esta tarde, depois que as equipes da RBS em Santa Catarina tiverem sido informadas.  Vieira disse que “o mercado estima que o valor do negócio chegue a 700 milhões de reais,” mas, em novo post esta manhã, atualizou a estimativa para R$ 1 bilhão.

Em Santa Catarina, além de operações de TV e rádio, o grupo RBS é dono do Jornal Santa Catarina, do Diário Catarinense e da Hora de Santa Catarina.

A operação marcará a rara entrada de empresários outsiders na indústria da mídia, que tem passado por profundas transformações com a TV aberta e os jornais perdendo audiência para a internet.

Vieira aventou a possibilidade de que José Bonifácio Oliveira Sobrinho, ex-executivo da Rede Globo, também se torne sócio do negócio. Por: Geraldo Samor  Leia mais em Veja 06/03/2016 
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RBS vende operações em Santa Catarina

A RBS vendeu todas suas operações de rádio, jornal e televisão em Santa Catarina para um grupo de investidores liderado por Lírio Parisotto e Carlos Sanchez.

A informação, que já vinha circulando nos últimos e chegou a ser negada pela RBS, foi confirmada oficialmente nesta segunda-feira, 07, em uma carta assinada aos funcionários por Jayme, Nelson e Eduardo Sirotsky.

O negócio inclui quatro dos oito jornais da RBS: Diário Catarinense, Hora de Santa Catarina, Jornal de Santa Catarina e A Notícia, títulos publicados pelo grupo em Florianópolis, Blumenau e Joinville, além da rádio CBN e da RBS TV SC.

“Recentemente, recebemos deles uma excelente oportunidade de negócio, o que mais uma vez comprova a qualidade dos serviços que prestamos à sociedade em Santa Catarina”, afirma o comunicado aos funcionários do grupo.

A nota diz que as negociações já duravam três anos e não abre valores. De acordo com o jornalista Felipe Vieira, citando fontes internas da RBS, Sanchez será o sócio majoritário e Parisotto o minoritário, em uma compra de mais de R$ 1 bilhão.

Dinheiro a dupla tem. Parisotto é dono de uma fortuna de US$ 1,6 bilhão, boa parte disso em ações, o que faz dele o 29º homem mais rico do Brasil, segundo a revista Forbes. O gaúcho começou sua fortuna com a Videolar, uma fabricante de DVDs baseada em Manaus.

Sanchez criou um império no setor de medicamentos genéricos no Brasil, encabeçado pela  a EMS, que produz aqui os genéricos do Viagra. Sua fortuna é avaliada pela Isto É Dinheiro em US$ 2,9 bilhões.

O que os dois não tem é experiência no segmento de mídia. Ainda de acordo com Vieira, existe a possibilidade de que José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, ex-Globo, entre na sociedade.

Com o negócio, a RBS concentra sua presença como grupo de comunicação no Rio Grande do Sul, onde domina o mercado de uma maneira que nunca conseguiu reproduzir em Santa Catarina.

A Zero Hora, o jornal símbolo do grupo, é líder absoluta em circulação no Rio Grande do Sul, com 184 mil exemplares em média em 2012, segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC) .
A título de comparação, o jornal líder do ranking, a Folha de São Paulo, tem 297 mil, circulando no país inteiro. O concorrente mais próximo em Porto Alegre é o Correio do Povo, com 149 mil. O Diário Gaúcho, jornal da RBS focado nas classes C e D, circula mais, com 166 mil.

A RBS chegou a fazer um ensaio de expandir operações abrindo uma rádio em São Paulo em 2008, mas ela não foi adiante. A TVCom, um canal local da RBS via UHF, não decolou e foi reformulado neste ano em torno de uma programação experimental, com futuro incerto.

Uma leitura imediata do movimento da RBS é que a empresa aproveitou uma oportunidade para se capitalizar em um momento incerto da economia. Para complicar, o grupo gaúcho pode ter que pagar R$ 150 milhões em tributos anulados no passado para a Receita Federal como consequência da operação Zelotes.

Em termos de posicionamento do grupo, o movimento poderia ser lido tempos atrás como uma retirada de um negócio em declínio em um mercado menor para apostar as suas fichas em outro lugar. Nos últimos anos, esse último lugar foram negócios na área digital.

Ultimamente, isso já não está mais tão claro. Em janeiro a RBS vendeu o Hagah, portal de anúncios para estabelecimentos e prestadores de serviços criadoem 2004 para Reweb, uma agência digital de Porto Alegre.

O portal não foi a única propriedade digital remodelada pela RBS nos últimos tempos. Os sites Pense, que incluíam o Pense Carros, Pense Imóveis e Pense Emprego também foram vendidos, fundidos ou fechados.

Com os movimentos, a RBS parece ter decidido focar no seu negócio de classificados em papel, fortalecidos pelo lançamento de uma edição de final de semana reformulada neste mês.

Em outubro do ano passado, foi a vez de vender os 60% de participação do e.Bricks na Pontomobi, empresa especializada em mobile marketing, dessa vez para a Dentsu Aegis Network.

Além disso, a RBS fechou a sua operação no Tecnopuc, parque tecnológico da PUC-RS em Porto Alegre, cuja operação era focada em desenvolver novas plataformas de tecnologia para o grupo de comunicação.

Além de se capitalizar, a estratégia da RBS de vender ativos do e.Bricks pode ter que ver também com uma decisão da empresa de reconstruir uma presença online que o grupo de comunicação gaúcho não conseguiu fazer decolar. Maurício Renner // Leia mais em baguete 07/03/2016 

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