Ter sorte sempre é bom, mas se equivoca quem pensa que no mercado de fusões & aquisições é apenas isso que faz a diferença. Conduzir um processo de preparação de venda de uma empresa exige um trabalho detalhado que envolve diversas variáveis, a começar pela metodologia de avaliação a ser utilizada, passando pela superação de especulações do mercado e vazamento de informações, além da busca do investidor certeiro para o negócio.
Minha ênfase, no entanto, é dada neste artigo num componente pouco valorizado que fica intrínseco ao negócio, mas que entendo fundamental para o sucesso de uma operação de venda ou compra de uma empresa. É a confiança!
Confiança etimologicamente está ligada a palavras como crer, acreditar e ter fé. Um processo de M&A envolve em suas várias fases diversos atores, muitas vezes com interesses e funções opostas, sejam eles advisors, auditores, advogados, contadores, financistas e naturalmente os donos das empresas e, em alguns casos, suas próprias famílias.
Sedimentar a confiança passa pela clareza das intenções do comprador e vendedor em fazer o negócio. Ser transparente quanto ao motivo da venda. Fornecer documentos e informações de forma consistente e organizada; estar à disposição para tirar dúvidas e fornecer esclarecimentos. Estar disposto a se sacrificar pelo negócio, em longas reuniões, muitas vezes em cidades ou países diferentes.
Confiança em fusões & aquisições é saber recuar na hora certa, sem perder suas convicções; é avançar dentro da ética e legalidade; é jogar limpo e saber desistir na hora certa ou não criar falsas ilusões. Confiança, portanto, se constrói entre pessoas e requer atitude. Essas ações não diminuem as partes nesse jogo de xadrez que é o M&A.
Pelo contrário, fortalecem a atuação de ambos os lados, sem perderem, no entanto, a natureza empreendedora voraz, sedenta por bons negócios, por pechincha no preço, por exploração das fragilidades do oponente, por apresentar uma proposta de compra hostil e por trabalhar por uma boa política do convencimento.
Ao final, mesmo que o negócio não saia, fica o registro de uma história bacana que pode ser repetida com outros alvos no mercado, ou num novo encontro entre comprador e vendedor e seus apoiadores. Por Nedel Scalzilli Fonte: Jornal DCI Leia mais em ibracon 02/03/2016
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