Crise no setor faz com que cresça apelo por maior participação de grupos internacionais
Frente ao momento de crise por que passam as companhias aéreas brasileiras, a Secretaria da Aviação Civil (SAC) vem discutindo com os Ministérios da Fazenda e do Planejamento uma revisão da lei federal que limita em 20% a participação de capital estrangeiro em empresas do setor.
A ideia seria liberar uma maior participação de grupos internacionais nas empresas domésticas ainda em 2016, permitindo, através do enriquecimento das companhias, uma valorização do salário dos funcionários, bem como o aumento dos postos de trabalho.
Por ora, o governo trabalha com a possibilidade de aumentar de 20% para 49% o limite, mas também há a hipótese de a presidência permitir a compra de até 100% das ações pelas empresas estrangeiras, quando as companhias brasileiras envolvidas forem de menor porte.
A recente greve de pilotos e comissários de bordo foi apenas um sintoma de um quadro que se torna cada vez mais complicado. Reféns da desaceleração econômica do país e da disparada do dólar, as companhias aéreas brasileiras viram suas ações caírem muito na bolsa de valores entre 2015 e o início deste ano. A Gol, tida como a segunda maior empresa do setor no cenário nacional, caiu quase 50% no período, só registrando recuperação a partir do momento em que cresceram as especulações a respeito de uma possível fusão da companhia com a americana Delta Airlines, sua parceira cada vez mais próxima.
A TAM, que depois da fusão com a chilena Lan em 2012 passou a fazer parte do maior holding do setor em toda a América Latina, também não está bem das pernas. Em janeiro deste ano, suas ações caíram até atingir o menor valor desde 2006, e mesmo o desempenho da Latam nestes três anos e meio é avaliado como decepcionante por muitos especialistas. Azul, que se fundiu com a Trip há quatro anos, e Avianca, completam o grupo das quatro maiores do Brasil, buscando crescer a partir da compra de outras companhias brasileiras menores.
Se o panorama atual se perpetuar, em breve não haverá mais companhias aéreas autenticamente brasileiras operando no mercado. Sem estímulos ou suporte ao capital nacional, as marcas seguirão perdendo força e autonomia dentro do próprio país. Leia mais em jb 25/02/2016
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