A aquisição é a décima realizada pela DeVry no Brasil. Excluindo a Ibmec, o grupo norte-americano desembolsou 570 milhões de reais nas nove compras de instituições de ensino anteriores.
A compra do Ibmec trará para a carteira da DeVry cerca de 15 mil alunos em cursos de graduação e pós-graduação e online em áreas como finanças, administração e engenharia. O Ibmec, fundado em 1970, tem campi no Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Campinas (SP).
A DeVry estimou a receita do Ibmec em 235 milhões de reais neste ano, com alunos vinculados ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), do governo federal, representando cerca de 11 por cento do faturamento total.
Em junho, o presidente da DeVry no Brasil, Carlos Degas Filgueiras, tinha dito em entrevista à Reuters que a companhia buscava novas aquisições no Sudeste do país, vendo chance de conseguir acertar operações a preços menores devido ao cenário de recessão e incertezas sobre o Fies.
Nesta terça, o presidente-executivo da DeVry, Daniel Hamburger, disse em comunicado que a empresa está "olhando para além dos atuais problemas do mercado e focando em oportunidades de longo prazo em educação superior no Brasil".
"Estamos fazendo esta aquisição agora porque há tão poucas oportunidades de adquirir uma instituição do calibre do Ibmec", afirmou o executivo.
Antes de divulgar acordo para compra do Ibmec, a DeVry anunciou em dezembro de 2014 a aquisição da Damásio Educacional, instituição sediada em São Paulo especializada no ensino de Direito e que marcou a entrada da empresa em outras regiões do país além do Norte e Nordeste.
Segundo a companhia, os planos para o Ibmec incluem a distribuição dos programas educacionais da instituição pela rede de ensino da DeVry no Brasil, além de expansão para novos campi e crescimento em educação corporativa. (Por Alberto Alerigi Jr. e Juliana Schincariol) Reuters Leia mais em bol.uol 15/12/2015
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Grupo Ibmec é vendido para DeVry Brasil por R$ 699 milhões
Aquisição marca entrada do grupo educacional americano no Rio de Janeiro
A DeVry Brasil, braço do DeVry Education Group (EUA) no país, anunciou ontem a compra do
Grupo Ibmec por R$ 699 milhões. A transação cobre 96,4% das ações da instituição que, no total,
estaria avaliada em R$ 725 milhões. O negócio marca a entrada do grupo americano no Rio de
Janeiro, reforçando a chegada à Região Sudeste, um ano atrás, com a aquisição da Damásio
Educacional, em São Paulo. Promete funcionar também como alavanca para o crescimento da
DeVry numa faixa mais top da educação superior.
— Nosso foco está em trazer para o grupo as faculdades que são referência em suas áreas no
país. O Ibmec será uma espécie de rede conceito para a DeVry Brasil, nosso maior negócio até
aqui. É uma entidade de referência, um ativo resiliente e uma marca de desejo, mesmo em
períodos de crise. Além disso, a partir de maio de 2016, poderemos planejar a abertura de uma
unidade Ibmec em São Paulo — explica Carlos Degas Filgueiras, diretor executivo da DeVry
Brasil.
Os 3,6% restantes do Ibmec estão nas mãos de investidores minoritários. A partir de hoje, explica
Degas, eles serão notificados sobre a transação e terão um prazo para se manifestar sobre se
querem ou não vender suas ações para a DeVry. O valor da aquisição equivale a quase três
vezes o faturamento líquido do Ibmec em todo o ano de 2015, estimado em R$ 235 milhões. E
supera o total de investimentos do grupo educacional americano desde sua entrada no Brasil, em
2009, de R$ 570 milhões.
— A DeVry adotou a estratégia de comprar faculdades e instituições de ensino de nível acima da
média nacional. A posição do Ibmec poderia ser classificada como premium e justifica em parte o
valor do negócio. É um grupo com menos alunos, mas com mensalidade de preço mais alto. A
porta de entrada para o mercado de São Paulo é outro componente nesse preço — avalia Bruno
Giardino, analista do Banco Santander.
DE OLHO EM SÃO PAULO
A restrição para atuar no mercado de São Paulo tem a ver com a história do grupo. O Ibmec foi
criado em 1970 no Rio como Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais, tendo lançado o primeiro
MBA em Finanças do país em 1985. Dois anos depois, abriu uma unidade em São Paulo. Em
1999, houve uma cisão do negócio, com o surgimento do Ibmec, que fica com toda a parte de
educação. Até que, em abril de 2004, a unidade de São Paulo é doada ao Instituto Veris, sem fins
lucrativos, sob o nome de Ibmec São Paulo e, em 2009, passa a se chamar Insper. Neste ano, o
Ibmec e o Insper assinaram um acordo que determinava que a marca Ibmec não atuaria em São
Paulo até maio de 2016.
O término do acordo, portanto, dá sinal verde à expansão do Ibmec a São Paulo.
— A abertura de uma unidade em São Paulo só deve acontecer em 2017, pois depende de
autorização junto ao Ministério da Educação. Mas, já no ano que vem, é possível dar início a
cursos corporativos na capital paulista — conta Degas.
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Claudio Haddad, presidente do Conselho de Administração do Ibmec e também presidente do
Conselho Deliberativo do Insper, comemora o fechamento do negócio:
— Acreditamos que era o momento para fazer a operação. Fomos ao mercado verificar se havia
investidores interessados em manter a qualidade do projeto pelo preço que acreditávamos ser
justo pelo ativo — conta ele, que se desfez de sua participação de quase 30% no Ibmec.
Também deixa o negócio o Capital Group, de fundos de privaty equity e que fez aporte de R$ 130
milhões no grupo educacional Ibmec em 2010. De lá para cá, o Ibmec investiu na ampliação das
atividades — chegou a Belo Horizonte e Brasília, inaugurou uma segunda sede no Rio, na Barra
da Tijuca. E conta hoje com atividades relevantes em ensino à distância.
Outro fator que pesou no negócio foi o baixo nível de exposição ao Fies pelo Ibmec, de apenas
10,9% da receita. No caso da DeVry Brasil, que tem 120 mil alunos em 16 instituições de ensino
no país, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, além da Damásio Educacional, em São Paulo, a
fatia chega a 30% da receita.
— Juntos, teremos 135 mil alunos e 25% de exposição ao Fies. O programa federal de
financiamento estudantil tem de continuar porque é a única maneira de fazer inclusão no país.
Mas nós ficamos mais confortáveis, considerando o panorama político-econômico, quanto menor
a dependência de programas governamentais — reconhece Degas.
A aquisição do Ibmec pela DeVry impressiona pelo preço proporcional. A Kroton Educacional,
gigante na área de educação privada no país, por exemplo, soma mais de um milhão de alunos
apenas no ensino superior ou em cursos de pós-graduação, tem 130 campi. No último mês de
outubro, a Kroton anunciou a venda da Uniasselvi, de ensino à distância, para uma subsidiária do
Fundo Carlyle, a TCG Gestor, à BRL Trust Investimentos e à Vinci Capital, numa transação que pode chegar a R$ 1,1 bilhão.
AÇÕES DA DEVRY SOBEM NOS EUA
O DeVry Education Group nasceu em 1931 em Chicago. Soma hoje 110 mil alunos distribuídos
em mais de 90 campi em 30 países. Ontem, as ações da companhia subiram 3,05%, chegando a
US$ 24,69. No ano, porém, acumulam queda superior a 45%. Anteontem, o grupo estava avaliado
em US$ 1,52 bilhão. Nos Estados Unidos, as operações estão distribuídas em áreas como
tecnologia, medicina, medicina veterinária e enfermagem. Outro pilar importante são os cursos
preparatórios para concursos e certificações. A atuação está mais focada na base da pirâmide,
explicou Degas.
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Também nos EUA, o nome da DeVry é citado em processos que acusam o grupo de práticas
irregulares de mercado, como subornar alunos em troca de boas avaliações e driblar a legislação
americana para o segmento de instituições privadas de ensino e que visam ao lucro. Indagada
sobre o assunto, a companhia respondeu que vem prestando as informações necessárias às
autoridades competentes para o esclarecimento do caso.
No Brasil, a DeVry deu seu primeiro passo com a aquisição do Grupo Fanor, no Ceará, em 2009.
O foco, aqui, está na aquisição de faculdades que estejam entre as cinco melhores em suas
localidades, explica o diretor executivo do grupo no Brasil. Segundo Degas, a meta é oferecer
qualidade acadêmica, infraestrutura e experiência internacional aos alunos.
— O Ibmec tem professores espetaculares e alunos aplicados. Equipe, estrutura e cursos serão
mantidos. Vamos avaliar, a partir de agora, o que pode ser agregado à operação — conta Degas.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/grupo-ibmec-vendido-paradevry-brasil-por-699-milhoes-18301769#ixzz3uZi0aovQ Fonte: O Globo Data: 16/2/2015 Leia mais em sinepepr 17/12/2015
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