17 dezembro 2015

Com venda de plataforma, OSX estima levantar US$ 400 milhões

A OSX, empresa de construção naval fundada pelo empresário Eike Batista e que está em recuperação judicial, espera receber um valor superior a US$ 400 milhões pela venda da plataforma de produção e armazenamento de petróleo e gás OSX-1. Segundo o presidente da companhia, Eduardo Farina, já existem dois acordos de confidencialidade assinados com potenciais compradores da unidade.

De acordo com o executivo, devido às atuais condições de mercado desfavoráveis, pela queda brusca do preço do barril de petróleo, a expectativa é que a operação dificilmente ocorra em 2016.

"Os credores têm completa noção de que não será uma venda de curto prazo. Todos pretendem aguardar uma melhor condição de mercado", afirmou Farina após participar ontem de reunião na Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (Apimec), no Rio de Janeiro.

Farina contou que um estudo comparativo da OSX-1 com outras 20 plataformas de porte semelhante indicou que o valor de liquidação da unidade estaria próximo de US$ 200 milhões. "Mas acreditamos que esta é uma plataforma que poderia facilmente alcançar o patamar entre US$ 400 milhões e US$ 500 milhões, em uma condição de mercado mais favorável", completou.

Segundo o presidente da OSX é difícil realizar a venda da unidade em 2016, porque o melhor momento para o negócio é quando houver uma melhora dos preços internacionais do petróleo. "Vamos aguardar uma melhora do preço do óleo para vender em uma condição mais favorável. O consenso é que entre 2016 e 2017 o preço volte para o patamar de US$ 60 a US$ 80 o barril. Em 2016, acho difícil [a venda]".

A OSX-1 deixou de produzir no campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, em novembro, e está sendo desmobilizada. Na primeira semana de janeiro, a plataforma deverá partir para a Noruega, onde ficará durante todo o processo de negociação. A venda da unidade será capitaneada pela norueguesa DVB, em nome dos credores da OSX. A companhia, contudo, participa do esforço de venda.

Sétimo presidente da OSX em cinco anos, Farina reconheceu que foi um "erro capital" a empresa ter sido criada para atender um único cliente, a petroleira Óleo e Gás Participações (OGPar, antiga OGX), que também foi criada pelo empresário e que também pediu proteção judicial contra execução de dívidas.

"A nova fase da empresa pretende justamente diversificar essa base [de clientes] para mitigar riscos e aumentar a receita", explicou o executivo.

Segundo Farina, o esforço comercial da empresa vai mirar principalmente no mercado de reparos navais. "Há 530 embarcações PSVs [navios de apoio petrolífero] no Brasil. É um mercado carente de capacidade de reparos. Muitos [barcos de apoio] cruzam o Atlântico para obter serviço na Europa", disse.

Segundo ele, a OSX passou por uma redução dramática de quadro de pessoal. No escritório, o número de funcionários passou de 53, em janeiro, para 22, em setembro. No porto da empresa, a expectativa é encerrar o ano com 19 funcionários, frente aos 86 que haviam no início de 2015. E na área de serviços, que atua na OSX-1, o contingente, que começou o ano com 235 funcionários e atualmente está em 40, será todo encerrado no fim do ano.

"A desmobilização ocorreu no melhor clima possível. Não houve ações trabalhistas", afirmou. "Tem sido um momento difícil, mas a companhia está olhando para a frente", completou. (Fonte: Valor Econômico/Rodrigo Polito | Do Rio) Leia mais em portosenavios 17/12/2015

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