19 novembro 2015

Pague Menos adia IPO para 2018

Até 2017, varejista quer chegar à marca de mil lojas no mercado brasileiro

Terceira maior rede de farmácias do País continuará se expandindo de forma orgânica

A rede de drogarias cearense Pague Menos adiou seus planos de abertura de capital para 2018. “Até lá, ninguém vai querer comprar nada no Brasil”, disse Francisco Deusmar de Queirós, dono do negócio, ao Valor Econômico. Segundo o empresário, a postergação do plano dará tempo para a companhia, hoje a terceira maior do ramo de farmácias do Brasil, ir “engrossando o pescoço”.

Apesar da retração da economia, Deusmar disse que a companhia não vai desacelarar o seu plano de abertura de lojas. “Nós temos que ter coragem de enfrentar a crise porque uma hora ela vai acabar e nós temos que estar posicionados”, afirmou.

Até 2017, a empresa pretende alcançar 1.000 lojas espalhadas em todo o Brasil. Somente este ano serão 90 a mais do que no ano passado, no total de 825 unidades. Deusmar descarta intenção de realizar aquisições no setor, que vem passando por um processo de consolidação nos últimos anos. “Nunca fizemos. Quem abre 90 lojas por ano não precisa de aquisição”, disse.

Para fazer a expansão planejada, a empresa está abrindo mão da distribuição de dividendos e investindo todo o seu lucro anual. “Eu não preciso de dinheiro, mas preciso de uma empresa forte”, diz Deusmar. Em 2016 e 2017, a empresa deve investir entre R$ 120 milhões e R$ 150 milhões por ano.

No acumulado dos primeiros nove meses deste ano, a Pague Menos teve lucro de R$ 86,74 milhões, 38,6% a mais do que no mesmo período de 2015. A receita cresceu 13,8%, para R$ 3,5 bilhões, com as vendas mesmas lojas avançando 9,7%.

Os números do terceiro trimestre, no entanto, mostram franca desaceleração dos ganhos. A receita cresceu 10,4%, na mesma proporção em que caiu o lucro líquido. O fenômeno pode ser explicado pelo menor crescimento das vendas mesmas lojas, que subiram 4,6%, o que a companhia atribuiu “ao ambiente econômico mais desafiador”, em seu relatório de desempenho.

O lucro também foi menor por causa da piora do resultado financeiro, que reflete a maior posição do endividamento total, acrescido em R$ 163,9 milhões no comparativo trimestral. Ao fim de setembro, a Pague Menos tinha dívida líquida de R$ 786,7 milhões, o equivalente a menos de duas vezes o seu lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês). Fonte: Valor Econômico Leia mais em onegociodovarejo 19/11/2015

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