29 novembro 2015

BTG negocia venda da rede d'Or em caráter de emergência

André Esteves: após prisão do banqueiro, BTG Pactual pode se desfazer de participação de 12% na rede de hospitais D'Or

Em negociação que começou neste domingo, 29, e pode ser anunciada ainda hoje, o BTG Pactual, na esteira da prisão de André Esteves e do derretimento de suas ações desde a última quarta-feira, se prepara para se desfazer de um de seus principais ativos: a participação de 12% na rede de hospitais D'Or, que tem entre seus sócios o fundo de private equity americano Carlyle e o fundo soberano de Cingapura, o GIC.

Segundo apurou o jornal "O Estado de S. Paulo", o GIC deve fechar rapidamente a compra da fatia remanescente do BTG na rede de hospitais, segundos fontes próximas à operação. O valor da negociação estaria próximo de R$ 2 bilhões.

O BTG tem pressa para fechar o negócio. Na última quarta-feira, 25, o presidente do banco, André Esteves, foi preso em uma nova fase da Operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobras. No mesmo dia, o senador Delcídio Amaral (PT) também foi preso, acusado de tentar obstruir as investigações da Polícia Federal. Ao fechar o negócio, o BTG tenta mostrar ao mercado que está bem capitalizado e pode atravessar o período de turbulência provocado pela prisão de Esteves.

O GIC entrou no negócio, fundado pela família Moll, em maio deste ano, ao comprar por R$ 3,2 bilhões uma fatia de 16%, em uma venda em que tanto o BTG quanto os fundadores se desfizeram de participação. O BTG havia comprado 25,6% da rede de hospitais em 2010 (por R$ 600 milhões), mas, com dificuldades em sua área de private equity, começou a se desfazer de participações no início do ano. Em abril, o banco já havia tido a participação diluída no negócio quando o Carlyle investiu R$ 1,75 bilhão no D'Or e passou a ter 8,3% do negócio.

A preferência pela negociação emergencial com o D'Or, segundo uma fonte com conhecimento do assunto, se dá pela capacidade financeira do fundo soberano GIC de tomar decisões rápidas. "Eles gostam do negócio, estão satisfeitos e têm condições de agir rápido", afirmou a fonte. A rede D'Or está presente sobretudo em São Paulo e no Rio e tem uma cadeia de 27 hospitais próprios, além de ser responsável pela administração de outros dois empreendimentos.

Na área de negócios, a rede D'Or é considerada o melhor ativo do BTG. O banco foi criticado por vários investimentos que se revelaram malfadados, como a Sete Brasil, cuja tese de investimento foi colocada em xeque após o início da Operação Lava Jato, e BR Pharma, que passa por ajustes e pode exigir novos aportes por parte do banco. Há ainda a rede de lojas Leader, cujo negócio está sendo reestruturado com a ajuda do consultor Enéas Pestana, ex-presidente do Grupo Pão de Açúcar.

Procurados pela reportagem, GIC, BTG e Rede D`Or não retornaram os pedidos de entrevista até o fechamento desta reportagem.

Fontes afirmaram que o Carlyle já teria manifestado interesse, nos últimos meses, em adquirir a participação do BTG no negócio, mas o GIC saiu na frente por ter mais liquidez.  Por Fernando Scheller, do Estadão  Mônica Scaramuzzo e Sonia Racy, do Estadão Leia mais em exame 29/11/2015
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BTG deve vender fatia na Rede D'Or a fundo GIC por quase R$2,5 bi, diz fonte

O grupo BTG Pactual concordou em vender sua participação de 12 por cento na Rede D'Or São Luiz, a maior de hospitais do Brasil, por quase 2,5 bilhões de reais, para um de seus sócios no negócio, o fundo soberano de Cingapura GIC, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto.

O anúncio pode ocorrer na segunda-feira, disse a fonte, que preferiu ficar no anonimato. O GIC já tem 16 por cento na rede de hospitais.

A negociação ocorre com o banco lidando com as consequências da prisão do seu presidente, André Esteves, na última semana.

Os executivos do banco com sede em São Paulo vinham negociando a fatia na Rede D'Or desde agosto, embora a prisão de Esteves tenha "acelerado as negociações", disseram mais cedo outras duas fontes, que pediram anonimato porque o processo continua privado.

O GIC já havia pago 3,3 bilhões de reais pelos 16 por cento da Rede D'Or, em maio.

O BTG Pactual não se pronunciou, assim como representantes do Carlyle Group LP, outro sócio na rede de hospitais.

A bilionária família Moll, também sócia na Rede D'Or, não pôde ser contatada imediatamente.

Um acordo poderia ajudar a BTG Pactual a repor parte do dinheiro que deixou a instituição desde a detenção Esteves na quarta-feira.

Esteves foi preso no dia 25 de novembro por suspeita de que teria agido para obstruir uma investigação sobre possíveis subornos apurados pela operação Lava Jato, que investiga o maior esquema de corrupção do país.   Por Guillermo Parra-Bernal e Tatiana Bautzer (Reuters) -  Leia mais em bol.uol 29/11/2015


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