17 novembro 2015

Brasil acumula 48,6% de participação no mercado regional de fusões e aquisições

Brasil acumula 48,6% de participação no mercado regional de fusões e aquisições

A Merrill DataSite, empresa desenvolvedora líder de solução de data room virtual (VDR) segura e completa que otimiza o processo de due dilligence (auditoria), em parceria com a consultoria Mergermarket, disponibiliza o relatório do mês de outubro com o panorama da indústria de M&A no terceiro trimestre de 2015 no Brasil e América Latina.

Brasil e América Latina:

Apesar das atividades terem avançado no terceiro trimestre – US$22,6 bilhões em transações, mais que o dobro do valor do segundo trimestre – o fraco desempenho no início do ano contribuiu para a queda geral de Fusões & Aquisições em 2015 nas Américas Central e do Sul.

O Brasil, com 48,6% de participação no mercado regional nos primeiros três trimestres de 2015, foi o país que teve o maior efeito sobre a atividade. O país somou apenas 191 negócios, por US$21,6 bilhões – o número de transações mais baixo desde os primeiros três trimestres de 2009 (133) e o valor mais baixo desde os primeiros três trimestres de 2005 (US$5,4 bilhões). Mas este desempenho, embora seja decepcionante, não causa surpresa no atual contexto econômico do Brasil.

Do início do ano até agora o real perdeu cerca de 50% do seu valor frente ao dólar. A depreciação e a incerteza em torno da moeda brasileira parecem ter afetado não só as Fusões & Aquisições outbound, mas também, e de certa forma um contrassenso, as transações inbound.

Do primeiro ao terceiro trimestre de 2015 ocorreram 14 transações outbound, no valor de US$ 4 bilhões, contabilizando uma redução de 30% no número de negócios e de 74,2% no valor de negócios em comparação ao mesmo período de 2014. Mais de três quartos do valor de transações outbound em 2015 vieram de aquisições globais realizadas pela JBS, empresa brasileira de processamento de carne: Moy Park no Reino Unido por US$ 1,5 bilhão, Cargill Pork nos Estados Unidos por pouco menos de US$ 1,5 bilhão e Scott Technology na Nova Zelândia por US$69 milhões.

As Fusões & Aquisições inbound no Brasil somaram 105 operações, no valor de US$ 12,1 bilhões, nos primeiros três trimestres de 2015, representando um recuo de 51,8% em valor de negócios e de 5,4% em número de negócios desde igual período em 2014. A transação inbound de maior porte concretizada no Brasil do primeiro ao terceiro trimestre de 2015 foi a aquisição dos 24,7% restantes de participação na Souza Cruz pela British American Tobacco (BAT) do Reino Unido por US$ 2,7 bilhões.

A BAT propôs R$ 26,75 por ação em março, mas acabou desembolsando R$ 27,62 por ação em setembro. Diante da depreciação significativa do real neste meio tempo, porém, o valor do negócio – quando convertido em dólar americano – foi na verdade mais baixo na data da concretização do que na data da proposta.

Por outro lado, o risco de taxas de câmbio flutuantes pode acelerar as negociações que já estão engatilhadas. Esta tendência, no entanto, ainda não parece ter-se manifestado em dados: apesar das Fusões & Aquisições inbound no Brasil terem crescido entre o primeiro trimestre de 2015 (US$1,6 bilhão) e o terceiro trimestre de 2015 (US$ 6,6 bilhões), ainda ficaram significativamente abaixo dos níveis do ano passado (US$ 13,2 bilhões no terceiro trimestre de 2014).

Com apenas um trimestre restante em 2015, é altamente improvável que no Brasil e nas Américas Central e do Sul como um todo vejamos o mesmo nível de atividades do ano passado (US$ 130,7 bilhões e 617 transações no ano de 2014 inteiro). A esta altura a esperança é de que a situação no Brasil se estabilize em 2018. Enquanto isso, porém, outros países talvez melhorem suas posições e até mesmo assumam a liderança no mercado de Fusões & Aquisições nas Américas Central e do Sul.

Visão Global

O ritmo global de Fusões & Aquisições continua a se intensificar, atingindo o ponto mais alto desde a crise financeira de 2008. O crescimento da atividade de Fusão & Aquisição pode ser um indicador alternativo da evidente recuperação econômica mundial. Do pico da crise até agora, os valores globais têm aumentado a cada ano, o que sugere melhoria na confiança geral.

Nos primeiros nove meses de 2015 foram realizadas 11.754 transações, somando US$ 2,9 trilhões, ou seja, um aumento de 47% em valor desde 2008 (10.689 operações no valor de US$ 2 trilhões). Nos primeiros três trimestres de 2015 o valor total das transações subiu 21,1% em comparação ao mesmo período de 2014, que registrou 12.772 operações no valor de US$ 2,4 trilhões. por Nicole Ongaratto
Leia mais em investimentosenoticias 17/11/2015

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