O conselho de administração da Petrobras se reúne amanhã e vai avaliar, entre outros temas, uma primeira proposta de compra de uma fatia de até 25% na BR Distribuidora. Uma fonte a par do assunto, que preferiu não revelar o nome da empresa interessada, disse que existe a possibilidade de que a negociação avance e seja concluída ainda este ano. Com a entrada do sócio estratégico, mais adiante a empresa deverá fazer um IPO para cada negócio vinculado à rede de postos.
Se concretizada, a operação reforçará o caixa da estatal brasileira e alavancará o programa de venda de ativos da companhia. A venda de uma fatia da BR ganha ainda mais peso num momento em que o governo do Estado da Bahia e a Termogás entraram com ações contrárias à principal negociação em curso pela Petrobras a venda de 49% da Gaspetro para a Mitsui. A disputa promete atrapalhar um negócio estimado em R$ 2 bilhões.
Existe, ainda, a expectativa de que a Petrobras anuncie até o fim do ano outras duas vendas de ativos: a rede postos da América do Sul (excluída a carteira de ativos da Argentina) e um dos campos de petróleo colocados à venda pela companhia, provavelmente Tartaruga Verde, previsto para entrar em produção em 2017, no póssal da Bacia de Campos. O Valor apurou que a estatal conta com essas duas operações para fechar a meta de venda de ativos de 2015, revisada este mês de US$ 3 bilhões para US$ 700 milhões.
A Petrobras ainda discute alguns termos do negócio da BR, entre eles, a definição sobre se o novo sócio terá ou não a opção de se tornar majoritário na distribuidora de combustíveis no futuro. Na última semana, a estatal informou que a diretoria executiva havia autorizado a busca de parceiro estratégico para a BR e que o assunto seria apreciado pelo conselho de administração na próxima reunião.
Entre outros pontos da extensa pauta do encontro de conselheiros amanhã, está, segundo fontes, a proposta de mudança do estatuto da companhia, para que cerca de 50 gerentes executivos passem a ter responsabilidade estatutária sobre seus atos. De acordo com uma fonte a par do assunto, porém, não está certo se haverá uma deliberação sobre o assunto na reunião de sextafeira ou se o tema será apenas apresentado e discutido.
Hoje, está prevista reunião do conselho de administração da BR Distribuidora. No encontro, os integrantes do colegiado devem debater sobre a definição de um novo presidente para a companhia, em substituição a José Lima de Andrade Neto, que renunciou ao cargo em setembro. No entanto, não está certo de que os conselheiros já façam a escolha na reunião desta quintafeira.
A Korn Ferry, empresa de "headhunter", chegou a ser contratada para seleção de candidatos ao comando da BR, mas, segundo uma fonte, o salárioteto oferecido para o presidente da companhia é baixo para os padrões do mercado e tem dificultado a atração de executivos da iniciativa privada.
A decisão de buscar um sócio estratégico para a BR já era avaliada pela companhia há alguns meses, mas a procura ganhou corpo após a Petrobras ter decidido adiar a oferta pública de ações (IPO) da distribuidora.
O banco JP Morgan avalia que 49% da BR Distribuidora, a partir da entrada de um sócio e do IPO, renda à Petrobras cerca de US$ 5 bilhões. Com meta de obter até US$ 700 milhões com venda de ativos neste ano, a companhia anunciou até o momento apenas dois negócios, que totalizam US$ 126 milhões: uma fatia de 20% nos campos de Bijupirá e Salema, na Bacia de Campos, por US$ 25 milhões para a PetroRio (ex HRT); e os ativos de exploração e produção na Bacia Austral, na Argentina, para a Companhia Geral de Combustíveis, por US$ 101 milhões. Fonte: Valor Econômico Leia mais em canavieiros 22/10/2015
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