O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou hoje (14), que a recuperação da empresa passa pela venda de ativos. Em depoimento na comissão parlamentar de inquérito (CPI) que apura denúncias de corrupção na empresa, ele disse que tem como meta a venda de US$ 15 bilhões de ativos até o final do ano que vem e, em cinco anos, US$ 40 bilhões. Segundo Bendine, não há “solução mágica” para reerguer a Petrobras.
Meta é vender US$ 15 bi até o fim de 2016 e, em 5 anos, US$ 40 bi, doz Bendine Valter Campanato/Agência Brasil
“Resta o desafio de melhorar, cada vez mais, a gestão, cortando custos. Mas não tenham dúvidas: não há solução mágica. Para trazer o endividamento da empresa a um patamar condizente, teremos que vender ativos. Esperamos a venda de ativos da ordem de US$ 15 bilhões até o final de 2016 e, em um período de cinco anos, de US$ 40 bilhões. Isso daria uma condição de melhoria muito maior”, disse Bendine aos parlamentares.
Ele afirmou que a Petrobras “ainda goza de determinada reputação” no mercado de capitais e que a nova diretoria tem tido seu trabalho reconhecido nesse ambiente. Para ele, dirigir a empresa nesse momento de crise é “uma experiência gratificante”, uma vez que, se tiver sucesso em sua administração, terá “ajudado a sociedade brasileira” no resgate da estatal.
Em seu depoimento, Bendine tem evitado responder a perguntas polêmicas e fazer críticas a seus antecessores na direção da Petrobras. Há oito meses na presidência da estatal, Bendine preferiu destacar as reformas em gestão e administração da empresa, em vez de julgar as gestões anteriores, de Graça Foster e José Sérgio Gabrielli.
“Minha missão tem sido árdua, pegando a empresa em um momento difícil. Estou levando novos modelos de gestão, uma nova estrutura administrativa. Não estou fazendo diagnósticos sobre o passado, até porque não vivenciei”. Bendine disse, algumas vezes, que “seria leviano” emitir qualquer julgamento ou parecer sobre o ocorrido na empresa antes de sua entrada.
O depoimento de Bendine pode ser o último no âmbito da CPI. O prazo final da CPI é 23 de outubro, mas parlamentares já manifestam desejo de prorrogar – pela terceira vez – a duração da comissão e ouvir outras pessoas sobre a corrupção na Petrobras. “Se a CPI não for prorrogada, não terá cumprido seu papel. Eu, como sub-relator, entregarei um trabalho pela metade”, disse o deputado Altineu Côrtes (PR-RJ).
A deputada Eliziane Gama (Rede-MA) falou sobre a necessidade de se ouvir o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, e o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. “[Com] o término da CPI, sem ouvir o Okamoto, o Palocci, sem ter [a quebra do] sigilo bancário dessas pessoas, não teremos um relatório conclusivo. Faço meu apelo para que tenhamos a ampliação desse prazo e possamos ouvi-los.” Por Marcelo Brandão Fonte:Agência Brasil Leia mais em ebc 14/10/2015
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