A venda de ativos vem se tornando prática comum no mercado brasileiro de petróleo, à medida que muitas companhias apresentam dificuldades em manter seus investimentos de forma lucrativa. A vez agora é da Skanska, construtora sueca que fechou acordo para vender seus ativos do setor de óleo e gás no Brasil para o grupo alemão Kaefer. Citada na Operação Lava-Jato como integrante do clube das empreiteiras da Petrobrás, a empresa vinha apresentando dificuldades para manter suas atividades na indústria nacional.
Com o novo acordo, a companhia fecha a venda de suas atividades no segmento de manutenções, tanto de instalações quanto de equipamentos, e operações de guindastes e outros instrumentos.O contrato entre as duas empresas já recebeu aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas ainda precisa ser aprovado pela Petrobrás. Segundo apurou o Valor, a estatal busca assegurar que seus contratos com a empresa sueca serão repassados para a Kaefer.
O grupo alemão não possui ainda projetos na área de manutenção, e busca expandir seu mercado de atuação no Brasil por meio da compra dos ativos. A negociação vem sendo realizada com a vinda de executivos ao país e a análise dos projetos firmados pela Skanska. Entre eles está um consórcio liderado pela empresa, com 40%, junto às construtoras Promon e Engevix, com 40% e 20% de participação, respectivamente.
A empresa sueca, que atua no Brasil desde 2002, já havia anunciado que sairia da América Latina há cerca de um ano, quando foi citada em meios às investigações da Lava-Jato. A companhia teve envolvimento no esquema de fraudes de licitação e contratos da Petrobrás, e desde então vem apresentando resultados negativos em seus investimentos na região. Leia mais em petronoticias 16/09/2015
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Skanska vende divisão de manutenção offshore por R$ 1 milhão
A Skanska vendeu sua divisão de operação e manutenção (O&M) para sistemas de óleo e gás por R$ 1 milhão para o grupo alemão Kaefer, que ainda não tem atuação nesse segmento. A aquisição foi feita por meio da RIP Serviços Industriais, uma subsidiária do grupo, e inclui os contratos vigentes, inclusive com a Petrobras.
Atualmente, a Skanska está impedida de assinar novos contratos com a Petrobras, devido ao bloqueio imposto pela petroleira contra empresas envolvidas em formação de cartel, pagamento de propina e outros crimes investidos pela operação Lava Jato.
Além disso, a empresa foi penalizada, em fevereiro deste ano, por problemas na execução, justamente, do contrato de manutenção industrial para a unidade operacional que cuida das bacias Potiguar e do Ceará (UO-RNCE).
Neste processo, a suspensão vence em fevereiro de 2016, mas no caso do bloqueio cautelar não há data de término prevista, que depende do fim das investigações e da assinatura de acordos de leniência com os órgãos de controle.
Os contratos de O&M com a Petrobras foram assinados em 2012, pelo valor de R$ 390 milhões, e preveem serviços em 15 plataformas de produção, instaladas em campos no Nordeste, em sua maioria em águas rasas.
Sob investigação da CGU e do Cade, além do MPF, a sueca Skanska é acusada de integrar o “clube” de empreiteiras que formou cartel para controlar resultados de licitações da Petrobras. No caso particular da empresa, os crimes dizem respeito a obras da Rnest e da Repar.
A empresa já informou que vai reduzir operações na América Latina, com a venda de ativos, e não tem interesse em participar de novas licitações no Brasil.
Investimentos da Kaefer
A aquisição da Skanska prossegue da compra, em 2014, da RIP Serviços no Brasil, que era uma divisão de manutenção do grupo industrial alemão ThyssenKrupp, que também atua no país em siderurgia e fabricação de equipamentos.
Contratos de reforma e construção civil, como a fabricação de módulos de acomodação, para unidades offshore representam 80% dos serviços prestados pela Kaefer e RIP no Brasil, de acordo com informações enviadas ao Cade. Leia mais em kincaid 17/09/2015
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