27 setembro 2015

Planta de amônia em Uberaba pode estar à venda pela Petrobras

Obras da fábrica no Triângulo, orçada em cerca de R$ 2 bilhões, estão em "hibernação" desde junho passado

A Petrobras estaria negociando com empresas privadas a venda de ativos no setor de fertilizantes, entre eles a unidade fabricante de amônia em Uberaba (Triângulo Mineiro), cujas obras entraram em "hibernação" desde junho, quando a empresa anunciou seu novo plano de negócios. A informação é do secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso.

Segundo ele, a estatal vem trabalhando, já há algum tempo, com a possibilidade de repassar tais ativos. E, neste momento, existem negociações em andamento. "A entrada do setor privado no financiamento da UFN V (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados) em Uberaba é praticamente certa. A Petrobras já sinalizou nesse sentido. E acreditamos que a planta somente será viabilizada dessa forma", afirmou na sexta-feira Rôso, em entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO.

Orçada em cerca de R$ 2 bilhões, a unidade estava com 30% das obras realizadas quando foi paralisada e sua conclusão estava prevista para 2017.

O secretário também alegou que, assim como a UFN V, a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III), em Três Lagoas (MS), é outro ativo da petrolífera que também depende de aportes privados para ser concretizado. Com 80% das obras concluídas, os trabalhos foram paralisados em dezembro do ano passado, quando o contrato com o consórcio responsável foi rompido. Na época, a Petrobras alegou que houve descumprimento das cláusulas contratuais. A fábrica, voltada para a produção de ureia e amônia, está orçada em R$ 4 bilhões.

Por outro lado, Rôso disse não saber detalhes sobre as negociações. Mas a aposta aponta para investidores chineses, já que os asiáticos teriam demonstrado interesse nesses projetos, assim como na conclusão do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Mesmo assim, é improvável que qualquer definição ocorra ainda este ano.

"Sabemos que a Petrobras já determinou que nos próximos anos irá priorizar a prospecção e a produção de petróleo. Dessa forma, ela (Petrobras) entende que deve abrir os demais setores para a iniciativa privada. O segmento de fertilizantes está entre eles. No caso da planta de Uberaba, onde já foram gastos mais de R$ 1,2 bilhão nas obras, temos certeza de que o empreendimento não vai ficar parado", ressaltou.

Gasoduto - A Petrobras já deixou claro que, em função do recuo no mercado nacional de fertilizantes, o investimento na construção desse projeto (Uberaba), com base na relação custo-benefício, não se mostra mais adequado na comparação a outros negócios da companhia.

No entanto, a empresa também culpou a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) pela suspensão das obras. Na ocasião, a estatal federal alegou divergências contratuais com a distribuidora de gás natural, controlada pela Cemig, que ficou responsável pela construção de um gasoduto para abastecer a unidade, orçado em R$ 2 bilhões.

Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento, a construção do gasoduto nunca foi um problema, já que a Gasmig continua fazendo todos os estudos necessários para o projeto. "O contrato firmado entre o governo do Estado (Cemig) e a Petrobras continua em vigor. A partir do momento em que se viabilizar a planta - o que a gente acredita que vá acontecer via setor privado - o Estado vai cumprir a função dele que é levar o gás para Uberaba", prometeu Rôso. Fonte:  Diário do Comércio - MG Leia mais em gsnoticias 26/09/2015

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