A perda do grau de investimento pelo Brasil acendeu uma luz na mesa do presidente da divisão de mercados emergentes da gestora americana Franklin Templeton, Mark Mobius. Não vermelha, mas verde. O país não ficou menos interessante para investir, afirmou ao Valor Econômico em breve entrevista por e-mail, desde Hong Kong. Ao contrário, o rebaixamento do país pode criar oportunidades, principalmente se houver estabilidade no câmbio.
O gestor, que aloca US$ 37,7 bilhões em emergentes, não quis falar sobre ações específicas. Na última coletiva de imprensa no Brasil, em fevereiro, ele havia dito que as principais posições da carteira dedicada à América Latina eram Itaúsa, Itaú Unibanco, Bradesco, Ambev, Walmart México, Lojas Americanas, Bradespar, Unidas, BM&FBovespa e Localiza. E que as ações brasileiras estavam chegando a um ponto atrativo para compra, principalmente as de companhias de mineração e petróleo -- Petrobras e Vale tinham saído dos portfólios de emergentes em 2013. Veja a seguir a entrevista na íntegra.
Valor: O Brasil está menos interessante em termos de investimentos depois do rebaixamento pela Standard & Poor's (S&P)?
Mark Mobius: Não. O Brasil não está menos interessante em termos de investimento depois do rebaixamento porque o país ainda tem muitos recursos -- não somente em termos de minerais, mas também de agricultura e de pessoas. É um mercado muito grande e, com a população jovem, esperamos que o país tenha um bom desempenho daqui para a frente depois de uma série de reformas, que pensamos que vão ter lugar nos próximos anos.
Valor: O rebaixamento pode criar oportunidades?
Mobius: Sim. O rebaixamento pode criar oportunidades se o preço das ações continuar a cair e se os investidores abandonarem uma grande quantidade de companhias de primeira linha listadas na bolsa de valores. Nós vamos olhar para isso com cuidado para ver quais oportunidades estão disponíveis. Com mais importância, nós devemos olhar para o comportamento da moeda, o real, para assegurar que há estabilização nessa frente antes de comprometer grandes investimentos no país.
Valor: Você tem companhias brasileiras no portfólio no momento? E vai comprar ou vender alguma por conta do rebaixamento?
Mobius: Eu prefiro passar essa pergunta, já que nós tipicamente não comentamos sobre compras e vendas. (do Valor Econômico) Leia mais em cnf 17/09/2015
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