Com a retração do mercado automotivo, a Omni, especializada na concessão de crédito para a compra de veículos usados, decidiu atuar mais ativamente na ponta de cobrança e recuperação de financiamentos já existentes. A financeira fechou recentemente a aquisição de duas carteiras do crédito, com valor de face total de R$ 2,350 bilhões. O valor dos investimentos não foi revelado.
A maior aquisição foi a da carteira de veículos do Banco Pecúnia, com valor de face de R$ 1,5 bilhão, entre créditos a vencer e inadimplentes. A negociação faz parte da decisão do banco francês Société Générale, controlador do Pecúnia, de encerrar as atividades de financiamento ao consumo no Brasil.
As conversas para a compra da carteira, que envolveram um processo competitivo com outras instituições, começaram no ano passado, segundo Nelson Rosa, diretor da Omni. “Tratase de um negócio que a gente conhece (veículos usados), nas mesmas regiões onde atuamos”, afirma.
A cobrança dos empréstimos será realizada pela atual estrutura da Omni, que conta com correspondentes espalhados em diversas localidades, e praticamente sem aumento de custos, segundo Rosa. A financeira também considerou no preço pago uma piora no cenário macroeconômico e alta na inadimplência. Mas o diretor da Omni diz esperar um movimento menos acentuado do que no último ciclo de alta dos calotes, em 2011 e 2012.
O investimento nos créditos do Pecúnia foi realizado em parceria com um investidor estrangeiro especializado em aquisição de carteiras, cujo nome não foi revelado. O parceiro entrará como investidor de um fundo de recebíveis (Fidc) como cotista sênior, o último a sofrer perdas em caso de problemas. A Omni investirá nas cotas subordinadas.
Com a compra da carteira, a Omni registrará um crescimento de pouco mais de R$ 500 milhões nos ativos referente ao volume dos empréstimos em curso normal. O valor representa um incremento da ordem de 30% na carteira atual, de R$ 1,5 bilhão. O segundo portfólio comprado pela Omni, com valor de face de R$ 850 milhões e cujo vendedor não foi revelado, não terá impacto contábil por ser composta apenas por créditos vencidos. O diretor da Omni diz que a aquisição de portfólios não faz parte de uma estratégia de crescimento dos ativos.
“Vamos analisar esses negócios de forma oportunística”, afirma. A expectativa é que os ativos da Omni voltem ao patamar anterior em até dois anos. A financeira deve registrar uma queda real (descontada a inflação) da carteira de crédito própria neste ano com a demanda menor por financiamentos e o conservadorismo na concessão de crédito, de acordo com o executivo. (Valor Econômico/Vinícius Pinheiro) Leia mais em dana 03/09/2015
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