15 setembro 2015

Farmacêuticas usam aparelhos para melhorar coleta de dados

As empresas farmacêuticas estão utilizando o Fitbits e outros aparelhos que operam presos ao pulso, ao peito e à pele dos pacientes para levar medicamentos ao mercado mais rapidamente.

O que começou como uma ajuda para monitorar os movimentos de atletas e pessoas em dieta está rapidamente se transformando em uma ferramenta fundamental para pesquisadores médicos e fabricantes de medicamentos.

Ao equipar participantes de testes clínicos com os chamados aparelhos de vestir, as empresas estão começando a levantar informações precisas e a reunir dados em período integral na esperança de dinamizar testes e entender melhor se um medicamento está funcionando.

No futuro, os aparelhos de vestir também poderão ajudar as fabricantes de produtos farmacêuticos a provar para as empresas de seguros que seus tratamentos são efetivos, reduzindo assim os custos com saúde.

“O uso de aparelhos de vestir tem o potencial de ser uma revolução”, disse Kara Dennis, diretora-gerente de saúde móvel da Medidata Solutions Inc., que presta consultorias a empresas sobre formas de melhorar testes clínicos.

Os pesquisadores farmacêuticos consideram que essa tecnologia de monitoramento é mais precisa que a memória humana recolhida a partir de questionários subjetivos que pedem que os pacientes classifiquem sua habilidade para caminhar em uma escala de, digamos, zero a quatro.

Até o momento, pelo menos 299 testes clínicos estão utilizando aparelhos de vestir, segundo registros dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA.

Dor nas costas

Em um estudo, a GlaxoSmithKline Plc -- em trabalho com a McLaren Applied Technologies, que faz parte da empresa que fabrica carros esportivos -- acompanhará os movimentos de 25 pacientes com doença de Lou Gherig, uma condição neurodegenerativa muscular também conhecida pela sigla ELA.

Os participantes serão equipados com um pequeno monitor retangular leve que se adere ao peito, disse Paul Rees, líder de desenvolvimento de medicamentos da Glaxo. O aparelho, produzido pela empresa de tecnologia médica finlandesa Mega Electronics Ltd., mede a frequência cardíaca, assim como os passos e o aumento na elevação, disse Rees.

Os dados biométricos são armazenados no aparelho e baixados automaticamente por meio de uma conexão Bluetooth quando um paciente se aproxima de um roteador sem fio que tem o tamanho aproximado de um telefone celular.

O distribuidor, então, envia as informações a um servidor seguro que a Glaxo é capaz de acessar e elas podem ser usadas para pesquisas dos muito necessários tratamentos da doença.

Enquanto isso, o Departamento de Assuntos de Veteranos está se preparando para realizar um teste clínico em fevereiro próximo para monitorar os que sentem dor nas costas.

Quem sente esse tipo de dor tende a não ser muito ativo porque os movimentos agravam essa condição, por isso o departamento planeja monitorar os passos dessas pessoas -- possivelmente por meio de um Fitbit, o aparelho ainda não foi definido.

Eles vão inserir os dados, juntamente com outras informações, como avaliação da dor dos pacientes, em um algoritmo para determinar se eles precisam de mais ou menos tratamento, disse John Piette, cientista sênior de pesquisa de carreira no Centro Ann Arbor para Pesquisas de Gestão Clínica do departamento, em Michigan, e um dos pesquisadores principais.

Com o aumento do interesse, as empresas de tecnologia estão procurando formas de tornar os aparelhos de vestir cada vez menos intrusivos. A MC10 Inc., empresa de biotecnologia com sede em Lexington, Massachusetts, EUA, desenvolveu um aparelho do tipo, chamado de “biostamp” (“bioselo”, em tradução livre), um adesivo com circuitos e sensores flexíveis.

O cofundador Ben Schlatka o descreve como um “band-aid inteligente e leve” que pode ser colado em qualquer parte do corpo. A MC10 se associou a uma série de empresas farmacêuticas, mas seu aparelho não está em uso em nenhum teste clínico, disse Schlatka.

A MC10 se associou à fabricante de medicamentos belga UCB para trabalhar com desordens neurológicas severas. Schlatka preferiu não identificar outras empresas. Anna Edney e Caroline Chen, da Bloomberg Leia mais em exame 14/09/2015
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