Proposta seria de US$ 1,4 bi em disputa que também inclui Cristóbal López e Techint, diz Clarín
O jornal argentino Clarín publicou no sábado (15/08) um artigo de Martín Bidegaray sobre uma corrida pela compra da subsidiária argentina da Petrobras. “Ainda que faltem duas semanas para apresentar ofertas, a corrida pela filial da Petrobras na Argentina parece ter ficado entre três postulantes: o que tem mais dinheiro, o que diz conhecer melhor a empresa e o “coberto”. O interessado na Petrobras que tem mais dinheiro é a YPF. A empresa pode se endividar – a última colocação externa foi com uma taxa de 8,75% – para financiar esta compra e, entre diferentes conhecedores da situação, a indicam como a que estaria disposta a fazer a oferta mais polpuda. Fala-se em até US$ 1,4 bilhões.
Cristóbal López, através da Oil, é quem reivindica ao si mesmo o status de maior conhecedor da empresa brasileira. Dela já comprou uma refinaria e 324 postos de serviço e, em 2013, levou adiante uma exaustiva negociação com o objetivo de comprar toda a Petrobras Argentina. Ali, teve acesso a muita documentação. Mas ainda não estaria em condições de igualar a oferta da YPF.
O coberto é a Tecpetrol, da Techint. YPF a procurou para juntos tentarem a compra da Petrobras, mas a petroleira da família Rocca está pensando em apresentar uma oferta por sua própria conta. Ainda que seria grande para toda a Petrobras, a ideia da Tecpetrol – segundo executivos do setor – é comprar e logo revender ativos a outros operadores, como Pluspetrol. Essa estratégia não seria muito diferente da estratégia da YPF, que também planeja comprar tudo e depois ceder algumas partes para a Pluspetrol e outras companhias.
As estações de serviço já pediram, por carta, à Comissão Nacional de Defesa da Concorrência (CNDC) que intervenha no processo e pergunte à YPF e à Petrobras se estão negociando. Os trabalhadores dos postos de gasolina argumentam que as duas empresas superariam 60% do mercado e tornaria o fornecimento de combustíveis um negócio pouco competitivo. Na YPF acredita-se que os trabalhadores da Oil (de López) influíram nessa carta.
“YPF vai vender os postos. O que lhes interessa é o gás. Estão com as atenções voltadas para o desenvolvimento desses jazidos”, conta um especialista que esteve observando a Petrobras, quarta petroleira do país, a pedido de um potencial cliente, mas desistiu.
Na YPF existem divergências sobre a conveniência de comprar a subsidiária da Petrobras. Mas há concordância entre o governo e a direção de que é preciso dinheiro para fazê-lo. Por isso, o Poder Executivo autorizou um aumento de 2,5% nos postos, o que representa que os rendimentos da petroleira crescerão US$ 4 bilhões em agosto (fatura US$ 170.000 milhões brutos anuais por vendas de combustíveis). Na empresa não falam da transação. Mas um concorrente adverte que a estatal apresentaria uma oferta que giraria em torno dos US$ 1,4 bilhões. “Imbatível, irrefutável, ninguém poderia fazer-lhe objeção. Petrobras poderia passar bem em sua frente interna”, acrescenta.
López também apresentou a oferta mais alta pela Petrobras em seu momento e isso não lhe alcançou. A companhia está convocando diferentes investidores internacionais para esta operação, segundo indicou o jornal La Nación em sua edição de sexta-feira (14/08). Mas sua oferta seria mais baixa que a da YPF; não chegaria a US$ 1 bilhão. Depois de comprar as estações na operação anterior, o deputado federal brasileiro Rubens Bueno (Partido Popular Socialista), pediu que López viaje a Brasília para explicar a transação. Fabián De Sousa, vice-presidente do grupo Indalo, disse ao Clarín, em novembro de 2014, que ‘o valor pago (US$ 95 milhões) está regularizado com o que valia o negócio’. Leia mais em Jornal do Brasil 17/08/2015
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