A CPFL Renováveis, braço de investimentos em energia limpa da CPFL Energia, fechou o segundo trimestre com 1,8 gigawatt (GW) em capacidade instalada, um crescimento de 20,5 por cento ante o mesmo período de 2014, em uma expansão que poderá continuar tanto pelos leilões de energia promovidos pelo governo e vendas no mercado livre, quanto por meio de aquisições.
"Mesmo nesse ambiente desafiador que o país está vivendo, o setor elétrico e o setor de infraestrutura, de maneira geral, a gente conseguiu crescer nosso portfólio. Além desse 1,8 GW em operação, estamos implantando mais 333 megawatts que vão consumir 2,3 bilhões de reais nos próximos anos", disse à Reuters o presidente da empresa, André Dorf.
Com um caixa robusto de 1,4 bilhão de reais ao final do trimestre, a empresa mantém a possibilidade de continuar crescendo por meio da compra de ativos.
"Nosso plano de crescimento tem duas rotas, o orgânico, via pipeline, via leilões, e a rota do crescimento via aquisições", disse Dorf.
Segundo o executivo, o atual momento do setor "tem motivado algumas empresas a repensar seu portfólio de ativos", o que abre espaço para bons negócios.
"Não temos nada para anunciar no curtíssimo prazo, mas estamos, sim, acompanhando e participando de algumas análises", comentou.
No caminho do crescimento orgânico, a companhia aposta em um portfólio de 3,5 gigawatts em projetos em desenvolvimento, incluindo usinas solares já cadastradas nos próximos leilões de energia.
O presidente da CPFL Renováveis, no entanto, comentou que os preços fixados para os leilões de energia já agendados para este ano são "desafiadores" devido à desvalorização do real, à inflação e ao maior custo de financiamento, puxado pela elevação nas taxas de juros.
"Temos projetos inscritos, agora estamos em um clima de observação do ambiente... não consigo antecipar se vamos participar ou não", disse Dorf.
O crescimento via venda de energia no mercado livre também é um possível caminho para viabilizar projetos, de acordo com o executivo, que lembrou que a empresa já possui parte da energia contratada nesse ambiente.
Envolvida em diversos projetos em implementação, a CPFL Renováveis investiu 99,6 milhões no segundo trimestre, com alta de 67,6 por cento ante 2014.
A companhia registrou prejuízo de 93 milhões no trimestre, ante perdas de 65,8 milhões no mesmo período de 2015.
O presidente disse que o resultado pode melhorar no segundo semestre, com uma maior geração das usinas a biomassa e das eólicas, que naturalmente produzem mais nesse período.
"Esperamos que essa próxima metade do ano nos traga resultados melhores. Já devemos ver queda da alavancagem... também não descartamos a possibilidade de ter um lucro anual", adiantou Dorf.
Segundo o executivo, o desempenho dependerá muito do déficit de geração das hidrelétricas --que afetou a empresa em 35 milhões de reais no trimestre e 88 milhões de reais no semestre-- e "do comportamento da taxa de juros até o final do ano". Por Luciano Costa (Reuters) - Leia mais em Bol.Uol 13/08/2015
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