A forma que a start-up ClickBus, site de compra de passagens rodoviárias, encontrou para atrair mais público foi se associar a um famoso. A empresa anunciou nesta quarta-feira (1) que o ator e humorista Fábio Porchat acaba de entrar como sócio do negócio. Ele é um dos fundadores da produtora de vídeos Porta dos Fundos.
O valor que teria sido investido por Porchat não foi divulgado, nem a porcentagem de sua participação na empresa. A expectativa da ClickBus é crescer 150% em um ano, em função das campanhas de divulgação com a imagem do humorista. O faturamento da empresa que está há dois anos no mercado também não foi informado.
Na prática, Porchat passa a ser garoto-propaganda por tempo indeterminado, diferentemente das campanhas publicitárias convencionais, que preveem uma duração para o contrato. Em dois anos de vida, o site já vendeu mais de 1 milhão de passagens, segundo a empresa.
Fernando Prado, 37, um dos sócios da ClickBus, afirma que a escolha do humorista como sócio tem o objetivo de atrair clientes que ainda compram passagem na rodoviária. "Queríamos nos associar a uma celebridade que tivesse ligação com o nosso negócio. Por ser muito conhecido na internet e usuário de ônibus, achamos que o Porchat seria a pessoa mais indicada."
Empresa quer aumentar público atendido
Mudar o hábito de compra dos consumidores de passagens de ônibus tem sido o maior desafio da ClickBus. Segundo Prado, apenas 3% das compras de tíquetes rodoviários são feitas pela internet. "Esse é um mercado que não acompanhou a migração para o online que ocorreu com a venda de passagens aéreas", diz.
Para ele, ainda há uma parcela de viajantes de ônibus que não têm acesso à internet. No entanto, o desconhecimento do serviço de compra de passagens online é o que mais impede os consumidores de comprarem, de acordo com Prado.
"É uma questão cultural. Muitas empresas de ônibus sequer aceitam cartão em seus guichês e o consumidor se acostumou a um serviço atrasado em tecnologia", declara.
Celebridade polêmica pode manchar empresa
Para Marcos Bedendo, professor de gestão de marcas da faculdade ESPM, o acordo firmado entre ClickBus e Porchat, é uma forma de o negócio se associar a uma celebridade sem ter custos. Porém, o ganho do artista fica atrelado ao resultado da empresa.
"A empresa economiza na contratação da celebridade, mas repassa para ela um percentual das vendas ou do lucro do negócio e reduz a própria margem de ganho", diz. Outro risco, de acordo com Bedendo, é quando o sócio famoso perde visibilidade na mídia e poder de influência sobre o público.
"Nesse caso, o negócio pode ter um sócio sem muita função, pois ele deixará de exercer sua função principal", declara. Além disso, se o famoso se envolver em algum escândalo ou polêmica, a empresa pode ficar com a imagem manchada, segundo o professor. "A consequência disso é a perda de vendas e de clientes." Afonso Ferreira Do UOL Leia mais em Bol.Uol 01/07/2015
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