Diante da concorrência de grandes grupos como Dasa e Fleury, oito laboratórios de medicina diagnóstica do interior de São Paulo se juntaram para realizar compras conjuntas e compartilhar gestão. Atualmente, a operação de cada laboratório continua independente, mas o objetivo é organizar uma holding com uma estrutura profissionalizada para daqui dois ou três anos receber aporte de um fundo de 'private equity'.
A iniciativa, batizada de Projeto Verde, começou em fevereiro do ano passado e, desde então, os laboratórios reduziram em cerca de 25% o custo com insumos. Em 2015, o faturamento desse grupo deve crescer na casa dos 10%, para R$ 145 milhões bem acima da taxa anual de crescimento de 3% a 4% registrada por essas mesmas empresas nos anos anteriores.
O grupo é formado pelos laboratórios Instituto de Diagnóstico por Imagem (de Ribeirão Preto), Wiermann Miranda (ABC), Tomoson (Araçatuba), Clínica Radiológica (Santos), Centro de Diagnóstico de Imagem (Barretos) e Tomovale (São José dos Campos), além de outros dois do interior de São Paulo. Vale destacar que os laboratórios não têm acesso aos dados estratégicos do concorrente. Isso porque a gestão é feita pela consultoria JK Capital que, inicialmente, havia sido contratada para ser o 'adviser' de um dos laboratórios que recebeu proposta de aquisição.
"O negócio não saiu. Mas resolvemos nos juntar, ter uma melhor governança.
Com a casa organizada haverá propostas mais interessantes", disse Renato Farias, sócio do Instituto de Diagnóstico por Imagem.
Está a cargo da JK Capital negociar compra de insumos, equipamentos, contrato de aluguel de imóveis, adoção de protocolos médicos e outras práticas contábeis. "A clínica de Barretos queria comprar uma máquina de ressonância que custa US$ 1 milhão. Após uma análise, verificamos que o equipamento estava sendo mal utilizado. Com uma melhor gestão, o número de exames aumentou 45%", disse Saulo Sturaro, sócio da JK Capital. Sturaro foi executivo do Pátria, gestora que alavancou a expansão da Dasa.
A meta da JK Capital é ter 12 empresas de medicina diagnóstica no Projeto Verde, sendo oito de São Paulo e os demais de outros Estados. "Escolhemos um laboratório de cada cidade para evitar concorrência entre eles", explicou o sócio da consultoria. Vale destacar que ainda não está definido se todos esses laboratórios vão compor a holding para entrada de um investidor, uma vez que alguns deles podem continuar independentes.
"Acreditamos que o ideal é a formação de grupos para ter ganho de escala, o que é relevante num setor que sofre pressão das operadoras de planos de saúde e tem forte influência do câmbio porque a maioria dos insumos e equipamentos é importada", diz Sturaro. Fonte: Valor Econômico Leia mais em tudofarma 20/07/2015
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