Uma década após grandes varejistas internacionais adotarem a tecnologia de “etiquetas inteligentes”, varejistas de moda brasileiras começam a adotar os sensores de identificação por radiofrequência (RFID, na sigla em inglês). Empresas como Óticas Carol, Arezzo e Billabong já testam a tecnologia em suas lojas.
O sistema de RFID pode ser usado para rastrear produtos, controlar estoques em tempo real, realizar pagamentos pelo celular, verificar a autenticidade de produtos e até automatizar o pagamento. Mas, por enquanto, as varejistas de moda usam a tecnologia para melhorar a gestão de estoques. A consultoria Frost & Sullivan estima que o mercado global de etiquetas RFID cresceu 37% em 2014, movimentando US$ 737,8 milhões, e terá uma expansão média anual de 38,9% até 2020, para US$ 5,4 bilhões. Esse crescimento é impulsionado pelo barateamento da tecnologia e pela decisão de grandes varejistas de fazer uma gestão conjunta dos estoques voltados para as lojas e o comércio eletrônico.
A Óticas Carol, rede pertencente à gestora 3i, começou a implantar neste trimestre etiquetas de RFID em suas lojas próprias. Ronaldo Pereira, presidente da Óticas Carol, disse que com a tecnologia passou a verificar semanalmente o inventário das lojas. Com as etiquetas de códigos de barras, a verificação era mensal. “Houve um aumento no controle dos estoques que reduziu as perdas das lojas em 20%”, afirmou Pereira. Essas perdas, segundo o executivo, incluem gastos extras com mão de obra para fazer a contagem do estoque, produtos furtados nas lojas e perda de vendas por demora na reposição de produtos.
O uso das etiquetas de RFID foi implantado em nove lojas da rede Óticas Carol. Pereira prevê adotar a tecnologia em pelo menos 300 lojas até o fim do ano incluindo unidades de franquia a partir de setembro. Em 2016, o RFID estará em toda a rede, segundo o executivo. A rede possui atualmente 760 lojas e a meta de Pereira é chegar a dezembro com 850 unidades. O executivo disse que o plano de expansão será mantido apesar de a companhia estar com crescimento de vendas de 11,5%, abaixo da meta estabelecida para o ano, de 24%.
O projeto da Óticas Carol está orçado em R$ 1 milhão e é implantado pela VipSystems. Regiane Romano, presidente da VipSystems, disse que a tecnologia tem ajudado as varejistas a localizar e fazer a gestão de produtos nos estoques das lojas e nos centros de distribuição. “As varejistas têm interesse no RFID há muito tempo, mas só agora os projetos deslancharam”, disse. Ela observou que o custo da etiqueta caiu de R$ 1,20 para R$ 0,40 em dez anos, tornando o seu uso viável. A Vip Systems implanta o RFID em 13 redes de varejo.
Entre as empresas com a tecnologia estão a varejista de lingerie Meia Mania e a Billabong. Entre as varejistas de moda de capital aberto, a Arezzo informou que desenvolve desde o ano passado um projeto para adotar as etiquetas inteligentes, para controlar os estoques em tempo real pela internet. A adoção faz parte de um plano da companhia de fazer uma integração das lojas com o comércio eletrônico no futuro.
Atualmente, a única varejista que implantou o RFID envolvendo todas as áreas foi a Memove, do grupo Valdac Global Brands. As identificação inteligente é usada para monitorar os produtos do fabricante até a venda ao consumidor. Os clientes das 11 lojas da rede têm acesso ainda a um serviço de caixa expresso para pagamento com cartão, que lê a distância o preço das roupas. Por Cibelle Bouças | De São Paulo Valor Econômico – SP Leia mais em sbvc 22/06/2015
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