As “etiquetas inteligentes” estão mudando a maneira pela qual fazemos compras. E os usos potenciais desses minúsculos circuitos integrados transcendem, e muito, os limites do shopping center.
O setor de vestuário está adotando cada vez mais as etiquetas de identificação por radiofrequência (ou RFID, nas iniciais em inglês), como uma maneira fácil e eficiente de monitorar os estoques. A rede japonesa Uniqlo de roupas esporte pretende adotar a tecnologia em suas etiquetas de preços para facilitar o pagamento. Mas, num momento em que a concorrência no mercado de RFID pressiona para baixo os preços por etiqueta, as companhias que as fabricam buscam novas maneiras de lucrar.
A base do funcionamento das etiquetas de RFID está em sua comunicação com um aparelho de leitura por meio de campos eletromagnéticos. Inovações recentes permitiram que essas etiquetas fossem usadas no Japão para combater produtos falsificados, gerir equipamentos médicos e distribuir cupons de desconto.
A Toppan Printing desenvolveu etiquetas de RFID incrementadas, dotadas de uma tecnologia de autenticação chamada PUF, nas iniciais em inglês. Os chips de circuito integrado incrustrados em cada etiqueta são únicos, a exemplo das impressões digitais, o que impede clonagens. Se você, por exemplo, estiver prestes a comprar uma bolsa de grife de alto preço, pode conferir se o modelo é original ou uma imitação usando seu smartphone para verificar a autenticidade do produto.
Um novo serviço, com lançamento previsto para o terceiro trimestre, permitirá que as grifes registrem conjuntos de dados de etiqueta e de informações sobre o produto num servidor. Se a bolsa em questão tiver um chip PUF, você poderá confirmar sua legitimidade por meio do aplicativo.
A Toppan Printing também pretende vender etiquetas inteligentes especiais para hospitais, feitas de uma resina especial capaz de suportar condições de alta pressão sem se deteriorar. Instrumentos cirúrgicos e recipientes para amostras precisam ser submetidos a esterilização térmica de alta pressão após cada utilização. Não se pode negligenciar nada. As etiquetas RFID da Toppan oferecerão facilidade de rastreamento e maior segurança.
Em certo sentido, a Toppan Printing não teve alternativa a não ser tentar sofisticar as especificações da tecnologia RFID. “Não conseguimos lucrar” com etiquetas baratas, disse Kensuke Fujita, gerente responsável por soluções de segurança e promoção comercial.
No início dos anos 2000, as etiquetas RFID custavam mais de 100 ienes (US$ 0,80) cada. Hoje são vendidas por cerca de 10 ienes. As empresas ingressaram nesse campo em massa desde as japonesas Dai Nippon Printing, Toshiba e Fujitsu até a americana Avery Dennison.
As empresas veem boas possibilidades no campo do marketing. Isso envolve lançar mão dos recursos de comunicação de curta distância de muitos smartphones. Quando os clientes estão navegando e empregam seus telefones para ler etiquetas de preços ou monitores instalados na própria loja equipados com RFID, eles podem se defrontar com recomendações de produtos e cupons de desconto.
A Dai Nippon Printing oferece exatamente um sistema desse tipo, batizado de Taplink. E, pelo fato de a comunicação a curta distância ser um padrão mundial, as empresas japonesas podem usálos para divulgar suas mercadorias para o crescente número de turistas estrangeiros que visita o país.
“A demanda tende a aumentar, principalmente no setor de turismo, na contagem regressiva para a Olimpíada de Tóquio de 2020″, disse Koichi Watanabe, gerente da Dai Nippon. Por Hiromi Yamabata | Nikkei, de Tóquio | Valor Econômico – SP Leia mais em sbvc 09/06/2015
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