A Petrobras marcou para 17 de julho a entrega das propostas de aquisição de 49% das ações da subsidiaria Gaspetro, que tem participação em 19 distribuidoras estaduais de gás natural. A venda esta sendo conduzida pelo Itaú BBA. Da lista de empresas convidadas para analisar os ativos estariam as japonesas Mitsui, Marubeni e Itochu, a chinesa Beijing Gas, a franco-belga GDF Suez e a espanhola Gás Natural A única companhia nacional convidada foi o grupo Cosan, além da gestora Gávea Investimentos.
Antes de realizar a operação, a estatal terá de retirar do guarda-chuva da Gaspetro um grupo de ativos que terão outra destinação. Estão debaixo da empresa as participações acionárias em cinco transportadoras de gás, incluindo a Gás TransBoliviano (GTB, com 11%) e Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia- Brasil (TBG com 51%), ambas responsáveis pelo escoamento do gás que é importado da Bolívia. Também estão sob a estrutura da Gaspetro a Transportadora Nortebrasileira de Gás (TNG), a Transportadora do Meio Norte (TMN), e a Transportadora Sul Brasileira (TSB).
A empresa tem ainda 40% do projeto Gemini e 100% da ICC, empresa de aproveitamento de sub-produtos de carvão. Esses ativos não estão à venda, como apurou o Valor com fontes que têm acesso ao “data-room”. Entre as identificadas como distribuidoras estaduais mais valiosas pelo mercado estão a Ceg Rio, da qual a Petrobras tem 37,4%, e a paulista Gas Brasiliano, em que é dona de 100%. As distribuidoras de estados onde o gás natural tem pouca participação, ou nenhuma, não são identificadas como ativos de valor, segundo analistas do mercado.
Em outro front — que pode embaralhar as negociações —, a estatal foi notificada pela Termogás, do empresário Carlos Suarez, sobre seu direito de preferência na aquisição das participações acionárias da Gaspetro em seis distribuidoras estaduais de gás nas quais são sócias. A Termogás tem fatias na Gasmar (MA), Gasap (AP), CEBGás (DF), Rongás (RO), Gaspisa (PI) e a GoiásGás (GO).
Na notificação, a Termogás pede a confirmação sobre a venda de participação nessas empresas e alega que tanto o acordo de acionistas quanto a Lei 6.404 (das SA) “garantem o direito de preferência na venda ou cessão das ações detidas nas referidas sociedades”. A Mitsui, outra sócia de algumas distribuidoras estaduais colocadas à venda também foi informada.
O Valor apurou que o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, e a presidente da Gaspetro, Angélica Laureano, receberam uma notificação extrajudicial no dia 18 de junho, enquanto a área de fusões e aquisições do banco de investimentos Itaú BBA foi notificada no dia 19.
O conselho de administração da estatal, que é presidido por Murilo Ferreira, se reúne hoje no Rio a partir das 9 da manhã. A reunião vai discutir as principais diretrizes do Plano de Negócios 2015-2019, e os investimentos que receberão tratamento prioritário, com foco na área de exploração e produção (E&P).
A diretoria executiva não apresentará ao conselho uma lista dos ativos que estão à venda. Isso significa que caberá ao conselho aprovar as linhas mestras do plano de desinvestimento, mas não um “cardápio” de ativos. Só quando recebidas as propostas, se isso acontecer, o conselho precisará aprovar a venda.
Se o plano for aprovado, a estatal poderá marcar entrevista coletiva com jornalistas hoje depois do fechamento do mercado, ou na manhã de segunda-feira. Os investidores esperam uma queda de 30% a 40% nos investimentos. Além de enfrentar restrições financeiras devido à altíssima dívida e alavancagem, a Petrobras, como todas as empresas do setor, precisar ajustar os custos e renegociar com fornecedores para enfrentar a queda dos preços do petróleo. Fonte: Valor Econômico Leia mais em ABEGAS 26/06/2015
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