17 junho 2015

Ex-camelô compra a fábrica de balas Juquinha

O empresário carioca Antonio Tanque, de 57 anos, acaba de fechar a compra da tradicional marca de balas Juquinha, de Santo André (SP). Filho de imigrantes portugueses, Tanque foi camelô e entrou no ramo de doces em 1994, com uma loja no Mercadão de Madureira, centro de comércio popular no Rio de Janeiro. Além das lojas no Mercadão, Tanque é dono de uma distribuidora de doces no Rio de Janeiro e era um dos maiores clientes da Juquinha.

Criada em 1945, a Juquinha foi vendida em 1982 ao empresário italiano Giulio Sofio, dono da empresa até abril. Sofio tentava vender a empresa havia quatro anos, mas queria encontrar um comprador para a empresa inteira, incluindo a fábrica, e não só a marca. Tanque já tinha manifestado interesse no negócio, mas apenas na marca. Sem conseguir encontrar um comprador para o negócio todo, Sofio fechou a fábrica de Santo André em março e vendeu a marca e a fórmula da bala para Tanque e seu filho Vitor.

O valor do negócio não foi revelado. A reportagem não encontrou o empresário Giulio Sofio para comentar a venda da empresa.

Tanque diz que vai manter o sabor e o nome Juquinha, mas vai "repaginar" a embalagem e terceirizar a produção. A nova bala Juquinha, que hoje traz na embalagem apenas o rosto de um garoto, trará imagens do menino em atividades esportivas. "Já estamos nos preparando para a Olimpíada", disse Tanque.

A bala Juquinha ficou famosa especialmente no Rio e em São Paulo como lembrancinha de festas infantis e troco em padarias e restaurantes. A Juquinha enviou um e-mail aos clientes em março comunicando que interromperia a produção. Os distribuidores não tiveram tempo de fazer pedidos para guardar a bala no estoque e hoje já falta produto no mercado.

Tanque afirmou que vai voltar a produzir a bala em fábricas terceirizadas nos próximos meses. Segundo ele, a empresa está em negociação com a Doces Confirma, fabricante de Araras (SP), para a fabricação do produto. "Queremos estar com as balas prontas para a festa de São Cosme e Damião (no dia 26 de setembro), e para o Dia das Crianças", explicou.

A antiga fábrica da Juquinha produzia cerca de 60 toneladas por mês, volume que o novo dono pretende repetir. "Só a demanda no Rio de Janeiro é de 50 toneladas ao mês. No auge da história da bala, ela vendia 600 toneladas por mês. Quero voltar a vender isso", disse Tanque.

O novo dono afirma que há possibilidades de incrementar o negócio com melhorias na distribuição da bala. Tanque deve utilizar a estrutura da sua distribuidora para atender o mercado fluminense e firmar parcerias com outras distribuidoras para aumentar a participação de mercado da bala em outros Estados e também no exterior - no passado, a marca chegou a ser exportada para cerca de 50 países. Só a distribuidora de Tanque comprava cerca de 15 toneladas ao mês de bala Juquinha.

A crise, diz Tanque, não atrapalha os planos de investir no negócio. "Ninguém deixa de comprar bala. Custa R$ 0,10. É o dinheiro que está na bolsa, do troco." Estadao Leia mais em jcnet 16/06/2015

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