A Ecorodovias avalia desinvestimento em seu terminal em Santos, o Ecoporto, e na operadora de logística Elog, tendo decidido priorizar oportunidades de negócios no setor de rodovias e analisar sua entrada no segmento aeroportuário.
A Ecoporto e a Elog têm pesado nos resultados da Ecorodovias, minimizando o efeito em seu balanço do crescimento do tráfego em rodovias administradas pela companhia.
No primeiro trimestre deste ano, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Ecoporto recuou quase 55 por cento contra um ano antes. Na Elog, a geração de caixa desabou mais de 90 por cento entre os dois períodos.
No caso do Ecoporto, o presidente da Ecorodovias, Marcelino de Seras, disse nesta quarta-feira que analisa uma possível fusão ou venda do ativo. Segundo ele, a companhia tem sido assediada por outras empresas no porto de Santos.
"A partir deste momento, vamos começar a estabelecer de maneira mais formal tentativas de entendimentos", disse o presidente da Ecorodovias em teleconferência com analistas.
Para a Elog, está em avaliação sua venda integral, inclusive via separação dos ativos em blocos para maximizar o valor, diante do desempenho recente abaixo do esperado.
Na terça-feira, a Ecorodovias informou que a BRZ Investimentos exerceu opção de venda das ações que tinha indiretamente na Elog por 214 milhões de reais de reais, atualizado pelo IPCA mais 6 por cento ao ano até a liquidação do negócio, prevista para ocorrer em até dois meses.
A Ecorodovias passará a ter 100 por cento do capital da Elog, o que dará mais flexibilidade para que reestruture os ativos de logística.
Segundo a Ecorodovias, a Elog vem sendo afetada pela retração da economia, dificuldade na integração com outros ativos, nível de competição no setor e atraso na obtenção de licenças em locais estratégicos.
Na bolsa paulista, investidores reagiram positivamente aos planos de desinvestimentos da Ecorodovias. Às 16h23, a ação da companhia subia quase 2,5 por cento, contra queda de 1,02 por cento do Ibovespa.
"Vemos isso (desinvestimentos) como um sinal positivo com relação à disciplina de capital, já que não enxergamos uma possibilidade fácil de retomada para ambos os ativos", disseram analistas da Brasil Plural em nota a clientes.
RODOVIAS E AEROPORTOS
O presidente da Ecorodovias disse que a empresa vê oportunidades em novas concessões de rodovias e também no mercado secundário de estradas, sem entrar em detalhes.
"Vamos continuar na busca e análise de potenciais negócios de infraestrutura, principalmente no setor de rodovias e secundariamente analisamos o setor de aeroportos", disse Seras.
O pacote de logística que o governo federal lançará em junho deve incluir as concessões de pelo menos três aeroportos: Salvador (BA), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC).
A Ecorodovias disputou os leilões dos aeroportos de Guarulhos (SP) e Galeão (RJ), nos dois casos em parceria com a alemã Fraport, mas não saiu vitoriosa.
Em matéria publicada na terça-feira, o jornal Valor Econômico afirmou que a Ecorodovias negocia sua entrada como acionista minoritária, mas com parcela expressiva do capital, na operadora do aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília.
O presidente da Ecorodovias disse que não há no momento uma proposta vinculante ou não para aquisição de fatia em aeroportos já concedidos à iniciativa privada. "Mas é natural que a Ecorodovias seja lembrada como parceira futura de referência", disse. Por Priscila JordãoReuters Leia mais em yahoo 20/05/2015
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