CVC: hoje, vendas da companhia na web correspondem a 5% do faturamento
Com a compra da B2W Viagens, dona da Submarino Viagens, a CVC vai triplicar sua operação online e ampliar a participação no segmento de turismo de negócios.
A transação, anunciada na quarta-feira (27), pode chegar a um valor de 80 milhões de reais. Pelo acordo, a agência passa a possuir 100% dos ativos da B2W, exceto a marca, que poderá ser usada por uma década.
O valor do negócio vai depender do número de clientes que a CVC conseguirá conquistar por meio dos domínios da B2W, que vão funcionar de maneira independente.
Parte das vendas feitas por esses canais serão devolvidas à empresa como pagamento, numa quantia máxima de 80 milhões de reais em 10 anos.
Isso significa que caso nenhuma compra seja feita nos sites da B2W Viagens durante esse período (o que é extremamente improvável), a aquisição pode sair de graça.
"Não é um negócio de soma zero, mas de geração de valor. Para a B2W, é uma grande oportunidade de monetizar o tráfego da sua plataforma de serviços sem que ela precise operá-los. E a CVC aumenta sua abrangência online e paga um preço mais em conta pelo clique do que o do mercado", explica Luiz Falco, presidente da agência.
Hoje, do faturamento total da CVC, 5% vêm de vendas pela internet. Com a aquisição, essa fatia deve saltar para 15%. No ano passado, a receita líquida da companhia foi de 714,5 milhões de reais.
Apesar de ainda pequeno, o canal online da empresa cresceu 44,7% em vendas em 2014, em comparação com 2013. A entrada da empresa no mundo web ainda é recente, aconteceu há apenas dois anos.
"Começamos um pouquinho tarde, mas parece que conseguimos tirar o atraso (com o acordo com a B2W). Alcançando os 15% (de vendas online), não estaremos abaixo do mercado, que está em 22%, porque temos mais produtos 'offline'", diz Falco.
Outros segmentos
O tráfego de clientes da B2W Viagens também vai ajudar a CVC a conquistar uma maior participação no setor de turismo de negócios.
"Mais de 80% do que a Submarino Viagens vende são passagens (isoladas, e não em pacotes). E 80% disso correspondem a corporativo", diz Falco.
Em dezembro de 214, a empresa já tinha dado um passo para avançar sobre essa categoria, com a compra de 51% do Grupo Duotur, que engloba as empresas Advance Viagens, Rextur Viagens e Reserva Fácil.
Essas companhias compram passagens aéreas no atacado e vendem para operadoras menores.
Além disso, a companhia estreou na área de intercâmbios no início deste ano e, na última segunda-feira (25), anunciou uma parceria com a agência de educação internacional Education First (EF).
Pelo acordo, a CVC passa a comercializar no Brasil os programas de intercâmbio da EF, oferecendo viagens de férias combinadas com cursos de línguas.
"Tudo faz parte da estratégia do grupo de ser multicanal", afirma Falco.
Ele reforça, porém, que a CVC manterá uma boa representação em lojas físicas (serão 1.000 unidades da marca até o fim do ano) e continuará com o foco em viagens de lazer.
"Nosso corebusiness é lazer, mas não isso não quer dizer que não vamos entrar em outros segmentos". Luísa Melo Luísa Melo, Leia mais em EXAME 28/05/2015
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