Quais são as qualidades que marcam um jovem empreendedor?
É uma questão de imenso interesse para pais, educadores e os próprios empreendedores. Todos estão procurando por pontos fortes que revelem que alguém pode abrir uma empresa quando ficar adulto. E todos desejam saber quais pontos fortes devem ser estimulados para criar prováveis empreendedores com a melhor base possível.
A maioria das pesquisas sobre empreendedorismo juvenil depende da memória de empreendedores adultos que lembram como eles eram quando jovens. Mas essas lembranças podem não ser acuradas e estão propensas a distorções. Então tentamos uma abordagem diferente.
O Estudo sobre Jovens Empreendedores, financiado pela Fundação John Templeton, uniu pesquisadores das universidades Tufts e Stanford para estudar mais de 5 mil objetivos de carreira, características e experiências de vida de pessoas em idade universitária durante três anos. Nós pedimos aos jovens para se descreverem e depois procuramos pelos traços mais comuns entre aqueles que querem se tornar empreendedores.
Nossas descobertas sugerem que aspirantes a empreendedores normalmente possuem quatro atributos essenciais: pensamento inovador, autocontrole, inclinação para tomar iniciativas e a presença de mentores empreendedores que podem ser tanto modelos como um apoio para os interesses dos jovens empreendedores.
Na verdade, essas não são necessariamente as características que marcam jovens empreendedores de sucesso, mas pouquíssimos participantes criaram empresas de sucesso para justificar tal investigação. Em vez disso, procuramos entender os processos que levam os jovens a se engajar em empreendimentos e as formas que esses processos podem ser promovidos.
A seguir, um olhar mais detalhado sobre esses atributos comuns:
Criatividade: O pensamento inovador foi uma das características mais fortes para identificar o propósito empreendedor.No estudo, 76% dos aspirantes a empreendedores mostraram alto nível de pensamento inovador, ante apenas 47% dos participantes que não possuíam um forte interesse em empreendedorismo.
Direcionamento e Controle: Os empreendedores aspirantes mostraram alto nível de autocontrole e pontos fortes relacionados como persistência e iniciativa. Por exemplo, participantes que disseram ter criado uma nova associação ou organizado pessoas em torno de uma causa têm um potencial quase duas vezes maior para serem aspirantes a empreendedor do que aqueles que não se envolveram em atividades do gênero.
Visão empresarial: Ter interesse em negócios desde cedo também é um indicativo dos aspirantes a empreendedores. Eles disseram que quando crianças se envolviam em tarefas como cortar a grama do vizinho em troca de um pagamento e procuraram meios de formar suas habilidades empresariais como estudantes universitários.
Esses aspirantes a empresários possuem chances duas vezes maiores de ter um alto nível de consciência financeira, como procurar oportunidades de investimento e estar ciente dos impostos decorrentes de decisões financeiras.
Proximidade com empreendedores: É crucial. No estudo, 45% desses aspirantes têm pais que abriram uma empresa, ante 29% dos demais participantes. Entrevistas feitas depois do estudo indicaram que muitos outros aspirantes a empreendedores conhecem membros da família, amigos de família ou mentores que foram empreendedores e serviram de modelo e inspiração. Esses aspirantes confiaram nessas pessoas para ter apoio emocional e aprenderam habilidades valiosas com elas.
Um lembrete importante é que não se nasce empreendedor, eles são construídos. Todas as habilidades discutidas aqui são aprendidas, não inatas, e podem ser alimentadas pelos pais e educadores.
Mas, do jeito que as coisas andam, estamos perdendo uma grande chance. Os programas de treinamento de empreendedorismo normalmente têm como alvo os jovens do ensino médio ou universitários, mesmo com pesquisas da ciência do desenvolvimento mostrando que o desenvolvimento de um indivíduo é muito mais flexível na infância e na adolescência que na idade adulta.
Dr. John Geldhof é professor assistente da Faculdade de Saúde Pública e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Oregon. Dr. Richard M. Lerner dirige o Instituto para Pesquisa Aplicada em Desenvolvimento de Jovens da Universidade Tufts. Dr. William Damon, professor de educação da Universidade Stanford, diretor do Centro Stanford para Adolescência e acadêmico sênior da Instituição Hoover, contribuiu para este artigo junto com a equipe do Centro de Adolescência. Por G. JOHN GELDHOF e RICHARD M. LERNER Leia mais em Thewallstreetjournal 29/05/2015
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