Este ano promete ser devastador para o setor de autopeças no Brasil, é o que mostram as novas projeções do Sindipeças, que reduziu a expectativa de faturamento das associadas, cerca de 500 empresas, em 10,5% sobre a estimativa divulgada em janeiro, para R$ 67,9 bilhões neste ano. O novo valor representa queda de 11,5% sobre os R$ 76,7 bilhões ainda estimados de 2014, fazendo desta a menor receita verificada nos últimos cinco anos. Na previsão anterior, a entidade esperava faturar R$ 75,9 bilhões em 2015.
Já para 2016, a indústria nacional de autopeças prevê a volta do crescimento de seu faturamento, atingindo novamente a casa dos R$ 70,8 bilhões, com alta de 4,2% sobre a projeção para 2015, mas ainda abaixo da média do desempenho observado entre 2010 e 2013, quando as receitas ficaram sempre acima dos R$ 80 bilhões por ano.
A composição da receita em 2015 deverá ser de 64% de participação das vendas feitas diretamente às montadoras ou R$ 43,4 bilhões, redução de 3,5 pontos porcentuais na comparação com a fatia estimada em 67,5% de 2014. Quase na mesma proporção, a participação do mercado de reposição subirá 2,2 pontos porcentuais, de 17% em 2014 para 19,2% em 2015, equivalente a R$ 13 bilhões. Os dois mercados andam para lados opostos: enquanto as vendas para OEM vêm caindo ano a ano, considerando os dados desde 2010, com o crescimento da frota nacional o aftermarket vem ganhando fôlego e importância para o setor de autopeças no mesmo período: a projeção dos dois índices representam a menor e a maior participação, respectivamente, desta década.
Por sua vez, as exportações também devem crescer em importância: a participação deve fechar 2015 em 11,8% e para 2016 a previsão é de 12,4%. No ano passado, as vendas ao exterior representaram 9,5% do faturamento.
Para a balança comercial, o Sindipeças prevê déficit menor este ano, na ordem de US$ 7,23 bilhões, uma vez que o do ano passado fechou em US$ 9 bilhões: as exportações devem somar US$ 8,55 bilhões, enquanto que para as importações são previstos gastos de US$ 15,78 bilhões.
A balança comercial também deverá diminuir a diferença das operações de importação e exportação em 2016, quando o setor espera alcançar um dos menores déficits desde 2010, para algo como US$ 5,59 bilhões, sendo US$ 9,06 em exportações e US$ 14,6 bilhões em importações.
Os investimentos totais do setor são estimados em US$ 830 milhões para 2015. Se confirmado, este também será o menor valor investido pelo conjunto dos fabricantes de autopeças nos últimos cinco anos, quando o total sempre ultrapassou US$ 1,98 bilhão por ano. Para 2016, a expectativa não muda muito: o valor deve ficar em algo como US$ 850 milhões. O Sindipeças calcula que em 2014 as empresas injetaram US$ 1,38 bilhão na indústria nacional, também um dos menores valores investidos pelas associadas.
Acompanhando a baixa do faturamento prevista para este ano, os empregos na indústria de autopeças também devem encolher em 9% com relação a 2014, passando de 194,7 mil para 177,2 mil postos de trabalho. Apesar disso, a entidade espera retomar as contratações em 2016, quando o número de empregados deve aumentar 3,2%, para 182,8 mil. Leia mais em automotivebusiness 09/04/2015
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