A gestora de fundos de participações em empresas (private equity) Aqua Capital fechou a compra do controle da produtora de fertilizantes foliares Dimicron.
É o segundo negócio na área realizado pela gestora, que promoverá a fusão da Dimicron com a Aminoagro, companhia que faz parte do portfólio do fundo desde 2013.
A Aqua não revela o valor isolado da aquisição da Dimicron, mas diz que o investimento somado nas duas empresas de fertilizantes chega a R$ 120 milhões. Juntas, as empresas formarão uma das três maiores do segmento, com faturamento da ordem de R$ 100 milhões, um crescimento de 15% em relação a 2013.
O nome da nova empresa formada pela união de Aminoagro e Dimicron ainda não foi definido, mas as duas marcas serão mantidas, diz Sebastian Popik, sócio-diretor da Aqua, firma com foco em investimentos nos setores do agronegócio, alimentos e logística que possui US$ 220 milhões sob gestão. Os fundadores de ambas as companhias seguem como acionistas minoritários e membros do conselho de administração.
Ao dobrar os aportes na área de fertilizantes especiais, a Aqua aposta no aumento da demanda por produtos que elevem a produtividade no campo. Na "moeda" usada pelos produtores, a estimativa é que, ao custo de até três sacas de soja por hectare, o retorno obtido com o uso dos produtos seja de dez sacas, de acordo com Popik.
Ao comparar o ciclo das plantas com a alimentação humana, o diretor da Aqua diz que os fertilizantes foliares atuam como uma "vitamina", complementar aos produtos tradicionais, que seriam o "carboidrato" das mudas e do solo. Além da soja, os fertilizantes foliares são usados em áreas de plantio de café, milho, arroz, além de fruticultura.
A Aqua também espera um aumento na penetração desse tipo de produto, que começa a chegar às lavouras de cana e até em pastagens. O uso por aqui já é semelhante ao de países como Estados Unidos, mas as características do cultivo no Brasil favorecem um maior consumo de fertilizantes. "O Clima mais quente e o uso do solo em até três safras no ano exigem correção permanente das áreas produtivas", afirma Popik.
O comando da empresa formada pela união entre Dimicron e Aminoagro ficará a cargo de José Ovidio Bessa, um veterano no setor, com passagens pela trading de grãos Ceagro e pela empresa de agroquímicos FMC. Juntas, as companhias contarão com 300 funcionários e atuação em 18 Estados.
A busca por produtividade que, na visão da Aqua, deve levar a um aumento na demanda pelos fertilizantes foliares, tem origem não apenas econômica, segundo Bessa. "Existe uma exigência cada vez maior de aumento na produção por hectare, já que o custo ambiental de expansão das áreas de cultivo é muito elevado", afirma.
A demanda constante pela evolução dos produtos faz com que a Dimicron e a Aminoagro invistam entre 10% e 12% da receita em pesquisa e desenvolvimento. Bessa compara o segmento a uma espécie de " Apple " do agronegócio. "Em até oito anos, toda a linha é renovada". Por Vinícius Pinheiro | Valor Econômico | leia mais em cliptvnews 22/04/2015
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