03 março 2015

Altus e HT recebem aporte da Finep

A Altus e a HT Micron, duas empresas do setor eletroeletrônico sediadas em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, receberam um aporte de R$ 50 milhões da Finep, por meio do FIP Inova Empresa.

Assinado no Rio de Janeiro nesta terça-feira, 03, este é o primeiro aporte de capital do fundo da Finep, com o qual a financiadora de projetos ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia reinaugura o procedimento de adquirir participação direta em companhias, encerrado nos anos 80.

Com o negócio, o FIP Inova Empresa passa a ser dono de 10% da Altus, companhia de automação industrial tem 30 anos de mercado e faturamento de R$ 106 milhões em 2013, uma queda de 12% frente aos resultados do ano anterior.

“Além de inovação, a Finep está investindo na atividade empreendedora. Estamos confiantes que vamos nos tornar um grande grupo brasileiro”, afirma Ricardo Felizzola, um dos fundadores da Altus.

A Altus é parte do Grupo Parit junto com Teikon, especializada em componentes para a indústria eletroeletrônica e a HT Micron, uma joint venture da Parit com a coreana Hana Micron responsável pela abertura da fábrica de semicondutores HT Micron.

O primeiro aporte será de R$ 38 milhões, sendo R$ 25 milhões para a Altus e R$ 13 milhões para a HT Micron. Um novo aporte de R$ 12 milhões, fechando a conta, deve ser feito até o final de 2015 na HT, condicionado a um investimento de igual proporção por parte da Hana Micron.

Caso tudo dê certo, as empresas terão recebido 10% do capital do FIP Inova Empresa, lançado com R$ 500 milhões ainda em setembro de 2013. Até então, o Finep investia em empresas indiretamente, aportando capital em mais de trinta fundos de Seed, Venture Capital e Private Equity.

A BTG Pactual Serviços Financeiros DTVM, controlada pelo banco BTG Pactual, é a administradora do FIP. Cabe à Finep selecionar as empresas que receberão os investimentos. O objetivo é investir entre oito e dez empresas.

A Altus e a HT Micron são empresas chave em setores foco da política industrial do governof ederal e receberam financiamento direto e indireto do governo federal nos últimos anos.

Nos últimos meses, a HT Micron recebeu mais atenção. A presidente Dilma Rousseff inaugurou a fábrica da HT Micron em julho do ano passado.

O investimento na unidade do BNDES foi de cerca de R$ 50 milhões para equipamentos, com outros  R$ 35 milhões do Finep para o desenvolvimento dos processos.

A construção do prédio, bancada pela Unisinos, universidade ao lado da qual a empresa se instalou, consumiu outros R$ 10 milhões, também financiados pelo BNDES. As instalações são alugadas para a HT, com opção de compra em 10 anos.

A empresa também foi enquadrada no Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Indústria de Semicondutores (Padis), que garante ao setor isenção de impostos e contribuições sobre máquinas e equipamentos.

A meta da HT é chegar a capacidade máxima de 360 milhões de chips/ano, com o qual poderia atender a cerca de 25% da demanda nacional por estes produtos – um mercado que movimenta cerca de US$ 25 bilhões no país.

Já a Altus levantou em 2012 R$ 51,8 milhões do BNDES para expandir sua capacidade produtiva e ter maior capital de giro, dentro do BNDES P&G, focado na indústria de petróleo e gás.

Na época, o empréstimo do banco estatal de fomento equivale a 70% do investimento total previsto no plano de negócios da empresa, com sede no Tecnosinos, em São Leopoldo.

Em junho de 2011 a Altus fechou um contrato de R$ 115 milhões da Petrobras para automatizar oito plataformas, o maior da sua história até então. A empresa venceu em parte pelas exigências de conteúdo nacional da estatal de petróleo. Maurício Renner Leia mais em Baguete 03/03/2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário