O valor da aquisição não foi divulgado, mas fonte próxima à negociação diz que a Tópico foi avaliada em RS 800 milhões. A intenção é que, com os novos sócios, a Tópico dobre de tamanho em três ou quatro anos em relação aos RS 230 milhões de faturamento de 2014. Para este ano, a projeção é faturar RS 270 milhões. A Tópico faz locação e venda de galpões de estruturas de aço galvanizado com cobertura de lona de PVC, produzidos sob demanda, além de aluguel de plataformas de elevação.
A expansão projetada para a Tópico se baseia no crescimento orgânico por novas filiais no Brasil, da expansão para países da América Latina por meio de exportação, de aquisições e da intenção de começar a atuar em aluguel de contêineres. A Tópico, sediada na cidade de São Paulo, tem filiais em Cravinhos (SP), no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, na Bahia e em Santa Catarina. Para este ano, está prevista a abertura de filiais em Porto Alegre, Manaus, Recife e Grande Goiânia. O custo de abertura de cada filial é de RS 20 milhões.
Com fábrica em Embu das Artes (SP), a Tópico faz montagem das estruturas nas filiais e ergue, nos terrenos das fábricas de clientes, os galpões para armazenagem de produtos acabados e matérias-primas ou instalação de refeitórios. "Cerca de 600 das maiores empresas do país utilizam nossos armazéns", diz Vantini. No rol de clientes da Tópico, estão Vale e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O prazo médio para erguer quatro mil metros quadrados são 20 dias, segundo Vantini, e o custo médio por metro quadrado locado varia de RS 8 a R$ 12,5.
De acordo com o fundador da Tópico, a venda do controle da empresa está relacionada à profissionalização iniciada em 2009, e à intenção de expandir a atuação para outros países da América Latina em que o fundo está presente, como México, Colômbia, Chile, Peru e Argentina. Nesses mercados, o segmento é liderado por fabricantes alemães e franceses.
Há quem diga, porém, que a operação resultou também de divergências entre Vantini e a família fundadora da Nautika, que compartilhavam o controle da empresa. Enquanto Vantini mirava o crescimento, os outros sócios davam prioridade ao pagamento de dividendos em relação a investimentos, segundo fonte.
Foram seis meses de conversas com o fundo até o fechamento da operação. O Itaú BBA assessorou o fundo, e a Tópico foi representada pela Brava Negócios. Batido o martelo, o cargo de presidente da Tópico passou das mãos de Vantini - que tornou-se consultor e fica no conselho de administração da empresa - para Diego Stark, sócio do SCG. O fundo tem cinco dos sete assentos do conselho.
Stark conta que o fundo queria investir em empresa que tivesse potencial de expansão mesmo num cenário de baixo crescimento econômico do país. O Brasil não cresceu em 2014, mas houve expansão das nossas empresas - SIN, Brinox e Solaris", diz Stark.
Por causa do câmbio, o momento é favorável a investimentos, no país, de fundos de private equity que captam em dólar. "Temos oportunidade de crescer no Brasil e na América Latina", diz o novo presidente da Tópico. Segundo ele, a fábrica da empresa tem capacidade para comportar a expansão internacional.
"Compramos empresas que podem crescer independentemente da macroeconomia", diz Stark. O primeiro investimento do fundo no Brasil foi feito em 2010, na aquisição do controle da fabricante de implantes dentários SIN. Em 2011, foi o controle da Brinox, que faz utilidades domésticas. Em 2012, levou a Coza, de utilidades plásticas, e no mesmo ano a Ultrapetrol. Com atuação em logística marítima e hidroviária, é sediada nas Bahamas e tem 60% da receita no Brasil.
Em 2013, foi a vez da aquisição da Solaris, de locação de equipamentos. A atuação da Tópico em plataformas de elevação tem sinergias em relação à Solaris.
O prazo para o desinvestimento do fundo na Tópico é de cinco a sete anos. Vantini conta que pretende, futuramente, sair da empresa juntamente com o fundo e acompanhá-lo nos novos investimentos a serem feitos a partir daí. O fundo continua avaliando aquisições no país. Valor Econômico, Leia mais em ademi 04/02/2015
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