A Eurofarma, multinacional farmacêutica de origem brasileira, comprou uma participação de 3% no capital da americana Melinta Therapeutics, em uma transação que engloba ainda o direito de comercialização no país de um medicamento inovador usado no tratamento de infecções graves. P
or meio do acordo, de cerca de US$ 15 milhões, a Eurofarma distribuirá no mercado brasileiro, provavelmente a partir de 2017, a droga delafloxacina, cujas pesquisas, conduzidas pelo laboratório americano, já estão em fase avançada. Além disso, a farmacêutica brasileira poderá participar de comitês científicos e do desenvolvimento de novas drogas em parceria com a Melinta, o que abre a possibilidade de novos negócios no futuro, e ser a primeira na análise de outros antibióticos que sejam desenvolvidos.
"Esse novo modelo, de participação acionária está totalmente relacionado com a estratégia de ampliação do portfólio de drogas inovadoras e com patente", disse ao Valor a vice-presidente de pesquisa e inovação da Eurofarma, Martha Penna. Segunda farmacêutica mais prescrita pelos médicos brasileiros e entre os quatro maiores fabricantes de genéricos do país, a Eurofarma elegeu os antibióticos como uma das áreas de preferência para crescer.
Como parte do acordo com a Melinta, terá exclusividade na comercialização do medicamento no mercado brasileiro até o fim da patente. Num primeiro momento, a delafloxacina, que conta com dois estudos em fase três, será comercializada no Brasil para tratamento inicial de infecções graves de pele. Há pesquisas, porém, para outras duas aplicações e que poderão ser contempladas pela parceria: infecção urinária e infecção intra-abdominal hospitalar.
Em 2014, segundo dados da ABSSSI (do inglês Acute Bacterial Skin and Skin Structure Infections), as estimativas apontam para 266 mil novos casos de infecção bacteriana de pele aguda no país e as vendas de medicamentos para tratamento da doença giram em torno de R$ 300 milhões por ano. "Esse não é um acordo meramente comercial, mas de troca de conhecimento", ressaltou a executiva.
No ano passado, as vendas da Eurofarma ficaram próximas a US$ 1 bilhão, com crescimento de cerca de 20% - em linha com a meta de manter ritmo de expansão anual de 20% até o fim da década.
Na avaliação de Martha, esse vigor é um dos pontos de atratividade do laboratório brasileiro aos olhos de potenciais parceiros internacionais - na linha de medicamentos inovadores, a Eurofarma já tem parceria com a Coreia do Sul.
Para o laboratório americano, que se dedica ao desenvolvimento de antibióticos usados no combate a infecções resistentes a outras drogas, o acordo com a Eurofarma "proporciona capital de curto prazo e assegura" os planos de expansão geográfica, de acordo com a diretora-executiva da empresa, Mary Szela. FONTE: VALOR ECONÔMICO Leia mais em grupemef 02/02/2015
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